Conduzir um veículo elétrico: 7 conselhos de ouro!

07/08/2018

Para rentabilizar (e aproveitar) ao máximo a energia disponibilizada pelas baterias de um automóvel elétrico, a condução requer que seja tão eficiente quanto possível. Reunimos as regras essenciais para fazer mais quilómetros com a mesma energia.

Uma das virtudes de um carro elétrico é ter a capacidade de induzir no seu utilizador uma preocupação acrescida em colocar em prática uma condução mais cuidadosa (o que está longe de ser sinónimo de vagarosa ou perturbadora da fluidez do tráfego), precisamente, para poder acrescentar quilómetros à autonomia.

Há, por isso, algumas regras basilares que devem estar presentes no espírito de um condutor de um veículo elétrico para tornar a sua condução ainda mais ecológica. Elaborámos este manual com a consulta técnica da EVolution – Service & Battery Center.

1) Suavidade e antecipação são os grandes segredos

Como a aceleração deste tipo de veículos é mais imediata, em virtude do binário máximo estar disponível desde o arranque, não é necessário pisar excessivamente o pedal do acelerador. Um ligeiro toque é suficiente para mover o carro. Com isso, começa, desde logo, a poupar energia!

Poupar energia implica dosear com moderação o acelerador sempre: não apenas nos arranques, mas durante toda a condução, não só porque de cada vez que pisa a fundo o pedal direito está a gastar mais energia, como, inclusive, se metros mais à frente perceber que vai parar (e na circulação citadina isso é frequente), não é eficiente – nem sensato – acelerar muito para, escassos segundos depois, ter de estar a imobilizar o veículo.

Ou seja, a economia de energia não é compatível com manobras bruscas. As acelerações devem ser progressivas para um melhor rendimento das baterias.

Num carro elétrico, mais ainda do que num veículo com motor de combustão interna, uma condução defensiva produz benefícios evidentes no aforro de energia. Evidentes, pois o painel de instrumentos do EV exibe ao condutor, de facto, que a eletricidade (que é o combustível destes veículos) cresce com um bom uso. Tudo graças à regeneração energética (RBS de Regenerative Braking Systems ou Sistema de Travagem Regenerativa em português) que este género de automóveis tem.

Isto significa que o condutor deve manter-se atento ao ambiente rodoviário à sua volta para poder antecipar as manobras. Na prática, isto implica desacelerar atempadamente em vez de travar em cima dos outros veículos ou perante situações que eram previsíveis, fruto do comportamento do tráfego. Isso consegue-se mantendo uma distância de segurança para os demais carros.

2) Descidas favoráveis

Outra recomendação é saber aproveitar as descidas para aliviar o acelerador (ou levantar mesmo o pé todo quando a inclinação na estrada é grande o suficiente para manter o carro a rolar à mesma velocidade). Ao fazê-lo, o sistema de gestão de energia do veículo consegue aproveitar a energia cinética do automóvel para carregar, em marcha, as baterias. O automóvel segue em roda livre, embalado, como que empurrado pelo vento.

Assim, em vez da energia do movimento do carro pura e simplesmente se perder, ela é aproveitada, com o condutor a poder constatar que a autonomia cresce efetivamente.

O motor elétrico da viatura torna-se, nestas fases de desaceleração, em gerador para as baterias. O para-arranca das cidades se for bem aproveitado (sem excessivas acelerações e travagens) é, por esse motivo, um trunfo para os EV: pouco gastam e até podem regenerar eletricidade.

3) Modo de regeneração mais intenso

Sempre que o veículo deixar parametrizar a intensidade de regeneração, faça uso disso. Isto permite que o automobilista selecione um modo de regeneração de energia mais acentuado, o que faz com que, sempre que se levanta o pé do acelerador, a sensação de redução de velocidade é maior. Há mais energia a ser canalizada para os packs de baterias.

A utilização do sistema de regeneração de energia tem ainda o potencial de economizar e de prolongar a vida útil de todo o mecanismo de travagem, pois os travões são chamados a entrar menos vezes em ação.

4) Modo “Eco” acionado

Como a maioria destes modelos possui, igualmente, um modo de condução “ECO”, se o selecionar conseguirá otimizar por essa via o rendimento energético, pese embora perca disponibilidade de potência.

Na planificação de uma viagem, se tiver possibilidade de escolher o trajeto, dê preferência àquele que não implicar tantas acelerações e que apresente um maior número de descidas, por forma a poupar mais energia.

5) Atenção à velocidade

Algo que deve, igual modo, ter noção é que maiores velocidades castigam mais a autonomia. A diferença entre viajar a 120 km/h e 100 km/h parece dispiciente, mas num EV rolar mais depressa vai retirar-lhe mais quilómetros do que se circular de forma mais lenta. O consumo é maior.

6) Pressão de pneus vigiada

Tal como noutro veículo qualquer, deve verificar periodicamente a pressão dos pneus. Uma pressão demasiado baixa aumenta a resistência de rolamento, logo o consumo.

7) Uso racional do A/C

Terá ainda, por fim, de ter noção de que a utilização de tudo o que são sistemas elétricos no carro terá uma implicação no consumo energético do carro. Um uso excessivo do A/C, por exemplo, penalizará a capacidade global das baterias. Uma dica para isso: antes de se fazer à estrada e aproveitando o facto de ainda ter o carro ligado à tomada a carregar, aqueça ou arrefeça (consoante as condições climatéricas) o habitáculo. A ideia é evitar ter de ligar o ar condicionado no máximo assim que carrega no botão “On” da ignição.

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