
A conversão do etanol, um combustível derivado da cana-de-açúcar e do qual o Brasil é o maior produtor global, será realizada através de um processo químico denominado reforma a vapor.
Esse método envolve o aquecimento de uma mistura de etanol e vapor de água dentro de um reator, alcançando uma temperatura de 700 graus Celsius, resultando na geração de hidrogénio.
A fábrica-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogénio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três autocarros e um veículo ligeiro. A previsão é de que esta estação experimental esteja a operar no segundo semestre de 2024.
O custo de produção está projetado entre seis e nove dólares por quilo, representando uma economia em relação aos 13 dólares desembolsados pelo hidrogénio obtido na Califórnia. Ainda assim, ao longo do funcionamento da estação experimental, os pesquisadores vão validar os cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção de hidrogénio.
Os veículos deixarão de utilizar Diesel e os tradicionais motores a combustão interna, passando a usar hidrogénio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell).A INICIATIVA SURGE COMO UMA SOLUÇÃO DE BAIXO CARBONO PARA O TRANSPORTE PESADO, INCLUINDO CAMIÕES E AUTOCARROS.
O hidrogénio produzido na estação vai abastecer os bus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), que circularão exclusivamente dentro da Cidade Universitária, e também um veículo Mirai, cedido pela Toyota Brasil para testar a performance do hidrogénio fabricado a partir do etanol.
A estação de abastecimento é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Poli, em parceria com a Shell Brasil, a Raízen, Hytron, Senai Cetiqt e Toyota.
No conjunto de equipamentos que serão instalados na estação, haverá um reformador a vapor capaz de converter o etanol em hidrogénio por meio de um processo químico denominado “reforma a vapor”, que é quando o etanol, submetido a temperaturas e pressões específicas, reage com água dentro de um reator.