Veja as fotos impressionantes dos efeitos das alterações climáticas

23/09/2018

Um lago moribundo no Irão, crianças a brincar à chuva no tempo das monções no Bangladesh e um macaco a segurar numa garrafa de plástico no que era suposto ser uma zona protegida do planeta: três exemplos de imagens premiadas pela associação CIWEM com o propósito de alertar para as alterações climáticas.

A CIWEM (Chartered Institution of Water and Environmental Management) é uma organização sedeada em Londres que visa promover as questões ambientais e de sustentabilidade, com uma ênfase particular nas temáticas relacionadas com a água.

Anualmente, promove um concurso de fotografia, no qual distingue os melhores trabalhos na área do ambiente.

O fotógrafo iraniano Saeed Mohammadzadeh foi o grande vencedor este ano, tendo sido nomeado fotógrafo ambiental da Ciwem 2018, cujos resultados foram dados a conhecer.
“End Floating” (algo como “fim flutuante” em português) foi a imagem vencedora: um barco encalhado nos restos salgados solidificados do Lago Urmia, no Irão, ilustra como a mudança climática, a má gestão da água e a seca destruíram a paisagem.

Neste lago, a mudança climática está a intensificar as secas, as quais, por sua vez, aceleram a evaporação. O lago também está a sofrer o efeito da extração feita a partir de poços ilegais, bem como de outros projetos de irrigação, fazendo com que o volume global de água nele existente esteja a diminuir de modo acentuado.

O Lago Urmia, no Irão, já diminuiu 10% de dimensão.

Os residentes das áreas vizinhas debatem-se com tempestades de poeira nocivas e salpicadas de sal que inflamam os olhos, a pele e os pulmões. A secagem do rio está, ainda, a levar à destruição dos habitats locais.

O Lago Urmia apresenta níveis extremos de salinidade de 340 g por litro, o o que o torna mais de oito vezes mais salgado que a água do mar.

AS IMAGENS SÃO TAMBÉM UM RETRATO DOS DESAFIOS AMBIENTAIS DO GLOBO

A CIWEM ainda premiou outros trabalhos, noutras categorias.

Na categoria “climas em mudança” foi distinguido Chinmon Biswas, da Índia, que fotografou uma criança sentada numa terra que de tão devastada pela seca que está se tornou rachada e escamosa (trabalho “Dryness”, secura).

Na categoria “construção ambiental” venceu a foto “And Life Rises” (“e a vida desponta”) do também iraniano Younes Khani Someeh Soflaei. Esta imagem mostra uma mulher e uma criança ao lado do que sobra dos seus pertences e do que foi possível recuperar dos escombros da sua casa em Sarpol-e Zahab, no Irão, depois de um sismo devastador em 2017 que matou mais de 600 pessoas.

O prémio na categoria “sustentabilidade em ação” foi para o turco Ümmü Kandilcioğlu que registou na sua câmera um trabalhador a trabalhar em divisórias feitas a partir de juncos.

Na categoria “jovem fotógrafo ambiental”, Fardin Oyan, do Bangladesh, foi o agraciado, pelo seu trabalho “Happiness on a Rainy Day” (“felicidade num dia chuvoso”). A imagem foi captada no Bangladesh e mostra crianças a brincar na chuva.

Na classe “fotógrafo ambiental promissor”, houve cinco trabalhos selecionados:
“Floating Life on River Under Pollution” (“a vida a flutuar no rio por cima da poluição”), de Tapan Karmaker, do Bangladesh. Trata-se da imagem de um vendedor de melancias a descansas no barco, enquanto este flutua no altamente poluído rio Buriganga, em Dhaka, no Bangladesh;

“Boulmigou: The Paradise of Forgotten Hearts” (“Boulmigou: o paraíso dos corações esquecidos”), do espanhol Antonio Aragón Renuncio, uma imagem a preto e banco de crianças a brincar no meio de pneus velhos amontoados na pedreira de Boulmigou, em Ouagadougou, Burkina Faso, cujo destino será, eventualmente, o de serem queimados, algo que produzirá contaminação das águas subterrâneas e contribuirá para a ocorrência de doenças respiratórias.

“Not in My Forest” (“Não na minha floresta”), de Calvin Ke, da Malásia, uma fotografia que mostra um macaco agarra uma garrafa de plástico no seu habitat natural no Bornéu, Malásia.

Sabia que…
Um milhão de garrafas de plástico são produzidas todos os minutos e mais de 90% não são recicladas?

“Urban Life in Singapore” (“Vida urbana em Singapura”), de Thigh Wanna, uma foto elucidativa da fachada de um edifício enorme densamente habitado em Singapura, onde 80% da população reside em arranha-céus e a poluição atmosférica é um problema, bem como a falta de cuidados elementares de saúde para muitos dos habitantes.

“Save Turtle” (“salvar a tartaruga”), de Jing Li, uma imagem de um homem a nadar ao lado de uma tartartura, tentando libertá-la de uma rede de pescas em que está presa. A fotografia foi tirada em Trincomalee, no Sri Lanka.

Houve ainda outras imagens que estiveram em destaque neste concurso, que salientamos na galeria, mais abaixo, entre as quais “New Toy” (“Novo brinquedo”), de Kevin Morgans, uma foto que demonstra a extensão do problema da poluição do plástico, afetando já a vida selvagem na região do Ártico – ursos polares brincam com um bocado de plástico.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.