Petição para tornar obrigatório uso de capacete em trotinetes conta já com 2 mil assinaturas

05/03/2023

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A petição que visa tornar obrigatório o uso de capacete para utilizadores de trotineta, promovida pela Associação Novamente – Apoio aos Traumatizados Crânio-Encefálicos e suas famílias, e que foi lançada no início de fevereiro, chegou já às duas mil assinaturas e contou com a subscrição inicial de algumas figuras públicas como Óscar Gaspar, Júlia Pinheiro, Laurinda Alves, Carlos Barbosa, Carlos Carreiras, Diana Chaves, Margarida Pinto Correia, Miguel Costa, Pedro Couceiro, Ricardo Carriço, Filipe Vargas, José Avillez, entre outros.

“Apesar de todos reconhecermos que as trotinetas são uma valiosa e prática alternativa para a mobilidade e uma mais-valia para o ambiente, a verdade é que as consequências de uma queda são ainda desvalorizadas”, apontam os subscritores da petição.

Recorda esta associação que, em alguns países europeus, como Espanha, Dinamarca e Noruega, já é obrigatório o uso de capacete para utilizadores de trotinetas. “Em Portugal, importa sensibilizar o legislador para a urgência de ser criada legislação para regular esta nova realidade da mobilidade urbana, que cresceu de forma rápida e descontrolada nas grandes cidades”, defende este movimento.

A Associação Novamente refere que cada vez mais médicos da área de Neurologia relatam um número crescente de vítimas de acidentes de trotineta elétrica a chegar aos hospitais, muitas vezes em estado grave, nomeadamente com lesões cerebrais e a precisar de cuidados intensivos.

“Como médico, é sempre muito doloroso ver morrer alguém com TCE. Mas, apesar de brutal e muito intensa, nem sempre essa é a maior dor. O sofrimento dos sobreviventes incapacitados e dos seus cuidadores, prolongado no tempo, corrói lentamente tudo e todos. Dói ainda mais quando esse evento catastrófico poderia ter sido evitado”, diz Rui Almeida, Neurocirurgião no Hospital de Braga.

Particularmente, “porque quem recorre aos serviços de aluguer de trotineta elétrica são as gerações mais novas, é urgente alterar as regras de utilização deste mesmo serviço e garantir condições de segurança durante a utilização deste equipamento. É esta a ambição da Associação Novamente”, conclui.