Super Soco TC Max: café racer elétrica ao preço de cinco telemóveis

07/02/2020

Um encontro fortuito com esta chinesa da província de Jiangsu convenceu-nos de que as motos elétricas de vocação urbana têm tudo para ser um enorme sucesso. Explicamos porquê.

Numa visita não programada à Watt Moving, fui desafiado para dar uma volta em primeira mão à nova Super Soco TC Max.

A Super Soco TC é uma moto elétrica tipo Café Racer, lançada em 2017 e que obteve bastante aceitação em Portugal. As suas linhas elegantes e inspiradas nos motociclos dos anos 50 e 60, aliadas a um preço acessível, foram a chave do sucesso.

No entanto, as prestações limitadas, com a sua classificação como ciclomotor (50cc) eram uma limitação para muitas pessoas. Não só pela velocidade máxima de 45 km/h, mas também porque lhes estava vedado o acesso a algumas vias, como auto-estradas e pontes.

A Super Soco TC Max é a evolução esperada para a categoria equivalente a motociclo de 125cc (licença B1). O motor produzido pela Super Soco tem agora um pico de potência de 5 kW e 180 Nm de binário.

A bateria é bastante maior, pesando 20 kg, mas tendo também uma capacidade 45 Ah, em vez de 30 Ah. O alcance anunciado é de 110 quilómetros, no modo mais económico, limitado a 45 km/h. O custo apontado para 100 quilómetros é entre 50 a 80 cêntimos. A carga completa é feita em oito ou nove horas.

Passeio noturno pela Expo

Pesando pouco mais de 100 quilos, a TC Max já tem uma presença substancial para uma 125. Uma distância do assento ao solo de 82 cm garante bastante confiança. Os controlos são bastante simples e o facto de ser elétrica e sem caixa de velocidades permite agrupar tudo no guiador.

Existem três modos de condução definidos pelo software. O primeiro é designado como Eco, o segundo como o mais equilibrado em termos de desempenho e consumo. O terceiro é para aproveitar todas as capacidades da Super Soco TC Max.

Na prática, os três modos funcionam apenas como limitador de velocidade. Na posição 1, limitado a 45 km/h, na 2, a 55 km/h e, no três, sem limitador. A velocidade máxima indicada pelo representante é 100 km/h. No nosso curto teste, levámos o ponteiro aos 80 km/h em poucos segundos. Até aos 90 km/h demorou um pouco mais. Não duvidamos, no entanto, da capacidade de atingir os 100 km/h, depois de embalar um pouco.

Travões e ciclistica eficiente

As acelerações são muito rápidas com esta moto. É surpreendente como, nos semáforos, ganhamos, instantaneamente, centenas de metros aos automobilistas. O ímpeto só esmorece um pouco a partir dos 80 km/h, mas a TC Max continua a ganhar velocidade.

Os travões são, pois, fundamentais, para dar confiança. Não desiludiram, com um bom ataque inicial e uma progressividade muito confortável. A surpresa veio mesmo do comportamento, que me pareceu muito acima das minhas capacidades motociclísticas. A Super Soco incita a andar depressa e a adotar um certo atrevimento nas curvas. O potencial para a diversão parece-me grande, assim haja coragem e habilidade.

O painel de instrumentos é muito completo, com um velocímetro de ponteiro, à antiga, e um cluster digital multi-informações.

O assento é confortável para um, mas muito acanhado para dois adultos. É uma pena, porque mais alguns centímetros de comprimento seria provavelmente suficiente.

O preço é adequado

O nosso título é uma brincadeira com o artigo mais visto de sempre do Watts On, sobre a Super Soco CUx.

Correu mundo a ideia de que uma scooter elétrica poderia custar o mesmo que um telemóvel. Na altura, só tínhamos os preços na China. A CUx continua a ser acessível, mas o preço revelou-se um pouco diferente, como podem ler no primeiro ensaio.

A Super Soco TC Max custa €5156, faltando adicionar os custos da passagem de propriedade (€246). A versão da TC Max com rodas de raios custa €5314.83. Na Watt Moving, que distribui as Super Soco em Lisboa, estava um exemplar com estas últimas, que também ficam interessantes.

Em suma, uma moto elétrica interessante, com boas prestações e alcance. E um preço bastante adequado para aquilo que oferece.

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