Na rede pública em meio urbano, o principal receio dos consumidores é o tempo de carregamento, que não pode ser longo ou um momento perdido.
Necessário converter postos com mais de 22 kW
Com efeito, na sua análise, a Deco Proteste verificou que apenas 7% dos carregadores têm potência superior a 42 kW, defendendo a conversão da rede pública para carregadores com mais de 22 kW e a criação de pontos de carregadores rápidos.
O teste à mobilidade elétrica dos carros realizou-se entre outubro de 2020 e janeiro de 2021.
No caso das autoestradas, a organização de defesa do consumidor propõe que as principais rotas tenham carregadores rápidos e ultrarrápidos em todas as estações, com postos suficientes para os veículos que ali circulam.
Distância entre carregadores
Outra das limitações verificadas no teste à resposta da rede pública de carregamento elétrico foi a distância entre carregadores.Fora das localidades, a Deco Proteste considera fundamental garantir distâncias inferiores a 50 km entre postos.
Pagamento deve ser facilitado
O pagamento também deve ser facilitado para os turistas, os utilizadores ocasionais e quem se esquecer do telemóvel.
Nestas situações, deve ser possível pagar com cartão de crédito ou débito, dinheiro ou um cartão pré-pago. Nesse domínio, a associação de defesa do consumidor considera Portugal como um bom exemplo de um sistema de pagamento universal, em que o cliente pode contratar o fornecedor à sua medida e usar o mesmo cartão em todos os postos.
DECO PROTESTE DEFENDE MELHORIAS E ALTERAÇÕES À LEI
Harmonizar critérios de tarifas
Para a Deco Proteste falta, também, regulamentar e harmonizar os critérios das tarifas e das taxas extra.
Acesso a financiamento para postos privados em edifícios antigos
A Deco Proteste considera ainda necessário reforçar a lei ou dar acesso a financiamento para que se possam instalar postos de carregamento privados nos edifícios antigos e nas novas construções, uma vez que a melhor forma de carregar um carro elétrico é fazê-lo durante os longos períodos em que está estacionado.
“Com esta melhoria, a rede pública fica disponível para fazer carregamentos no caso de viagens longas, necessidades pontuais ou quando o consumidor não tem outra forma de carregar o carro”, sublinha esta entidade.
Segundo Alexandre Marvão, especialista em mobilidade da Deco Proteste, “o legislador, os construtores de automóveis, as empresas e os operadores de postos ainda têm muito trabalho pela frente para tornarem o carro elétrico uma opção apelativa para os consumidores”.