M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Um fator que tem impedido o uso generalizado do hidrogénio como combustível para automóveis é o custo dos catalisadores necessários para fazerem as células de combustível funcionarem, como platina. Para reduzir o custo, muitos construtores optaram por fundir a platina com outros metais, mas isto acelera a sua degradação. Mas agora uma nova liga criada em laboratório, que reduz a quantidade de platina necessária mas mantém a sua durabilidade durante uma longa vida.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Um grupo de investigadores da Universidade de Brown, em Providence, no nordeste dos Estados Unidos, conseguiu criar uma liga em que a quantidade de platina necessária para o seu funcionamento era apenas de nanopartículas, aliadas a cobalto, suficiente para cumprir os requisitos do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Para resolver o problema associado à degradação dos metais não nobres, criando uma estrutura microscópica, em que uma cobertura de platina envolve um núcleo de camadas de cobalto e platina. Estas camadas intensificam as capacidades reativas da platina ao mesmo tempo que impedem que os átomos se escapem na reação, aumentando o tempo de vida do elemento catalisador.

Para garantir que esta liga funcionava, a equipa de investigadores da Universidade Brown experimentaram a reação de redução de oxigénio, habitualmente vista em células de combustível, em que eletrões de hidrogénio passam pela membrana de troca de protões para criar corrente elétrica, completando o circuito com o choque em que átomos de oxigénio. Durante os testes, não foi detetada a degradação habitual que os metais não nobres costumam sofrer em 30 mil ciclos de utilização.

Agora falta apenas testar esta nova liga de cobalto e platina em condições reais. Se os construtores automóveis conseguirem replicar a experiência laboratorial da Universidade Brown, poderão acelerar o desenvolvimento de novas viaturas automóveis movidas a hidrogénio, que não emite qualquer poluição e é mais rápido no reabastecimento que o carregamento de baterias de iões de lítio.