M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A Administração Espacial da China (CNSA) anunciou que está a preparar a sua primeira missão à Lua, no que será a primeira missão a alunar no lado oculto da Lua. A agência espacial chinesa pretende que esta missão seja apenas a primeira de uma série de missões que vão aterrar na Lua num futuro próximo, incluindo o potencial para uma missão pilotada, a primeira desde que os astronautas pisaram a Lua pela última vez, em 1972.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Mas para já, a CNSA pretende enviar apenas duas robôs com a nave espacial Chang’e-4. A agência chinesa vai reciclar tecnologia usada na nave anterior, a Chang’e-3, assim como no seu veículo lunar Yutu. O objetivo desta missão vai ser estudar as rochas da Lua, para descobrir o que acontece à superfície lunar cada vez que é atingida por um meteorito. Os dois robôs exploratórios também vai procurar pelo local ideal para instalar um telescópio no lado oculto da Lua, para estudar alguns dos efeitos do Big Bang.

Como os robôs vão estar no lado oculto da Lua, em certas alturas do mês deveriam perder o contacto rádio com a Terra, como aconteceu com as missões Apollo da NASA. Mas a CNSA já resolveu esse problema, tendo já instalado num ponto Lagrange (ponto intermédio na atração gravitacional entre dois objetos celestes) o satélite Quequiao. Este aparelho vai servir como retransmissor para a agência chinesa manter contacto permanente com os robôs.

Ainda não foi anunciada uma data para o lançamento da Chang’e-4, mas a China tem planos a longo prazo para a nave, pois além de reciclar elementos da nave antiga, também vai testar componentes da Chang’e-5, que vai ser uma nava pilotada por astronautas chineses, com o objetivo de alunar na zona noroeste do satélite natural e de trazer de volta dois quilogramas de rochas para serem estudadas por cientistas na Terra.