M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O automóvel do futuro vai necessitar de ser muito mais eficiente. Uma solução poderá ser aproveitar o máximo possível do volume do veículo para acumular energia, e a Universidade Chalmers de Tecnologia, na Suécia, propõe uma nova solução, que passa por usar a fibra de carbono, normalmente usada no chassis e carroçaria de desportivos exóticos, para servir como bateria e acumular energia elétrica.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Uma equipa da Universidade Chalmers, liderada pelo professor Leif Asp, publicou um artigo no jornal científico Multifuncional Materials demonstrando como fibras de carbono podem ter mais funções do que apenas servir como elemento estrutural. O objetivo principal da pesquisa foi o aproveitamento da fibra de carbono para acumular energia cinética recuperada através da travagem, mas estes poderão servir para albergar sensores ou como condutores de energia ou de dados.

Asp tem grandes expectativas para este tipo de material, acreditando que poderá ser uma grande vantagem em termos de peso. Usando a fibra de carbono para acumular energia, vai ser possível reduzir o peso de um automóvel em até 50 por cento, tornando-se muito mais eficiente, praticamente duplicando a autonomia, ou permitindo às marcas aproveitarem melhor o espaço interior, pois não seria necessário reservar tanta área para o conjunto de baterias ou para a cablagem.

Além dos automóveis, esta reutilização da fibra de carbono poderá ser a solução para a eletrificação em massa da aviação. Para introduzir potência elétrica nos aviões, em vez de baterias, poderia ser possível usar fibra de carbono na estrutura, reduzindo o peso e utilizando a energia elétrica acumulada em várias funções internas ou mesmo como assistência para propulsão, poupando bastante combustível e reduzindo a pegada ecológica.

Para tornar a fibra de carbono viável como acumulador de energia, esta necessitaria de ser de menor qualidade, perdendo alguma rigidez, enquanto a fibra rígida normal tem pouco potencial de acumulação energética. Isto também permitiria reduzir o custo de produção deste material, que geralmente é excessivamente caro e não pode ser usado em automóveis de produção em série.