M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A indústria automóvel e as autoridades governamentais europeias querem ficar menos dependentes do uso de tecnologia estrangeira para o desenvolvimento e produção de baterias para automóveis elétricos. Embora a Alemanha já produza baterias, o governo francês indicou que gostaria de ver a França elevada a parceira de igual relevância, de modo a manter a competitividade da indústria europeia. Medidas concretas poderiam alavancar a substituição rápida por parte do público de carros de motor a combustão pelos elétricos.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Édouard Philippe e Bruno Le Maire, respetivamente primeiro-ministro e ministro da Economia de França, já defenderam que a União Europeia deve interceder na criação de uma indústria comum e que a França não pode construir baterias elétricas de maneira diferente que a Alemanha. Isto é uma reação a um recente investimento público de mil milhões de euros da Alemanha para a criação de fábricas de baterias, sendo que uma das empresas que iria aproveitar esse investimento é a chinesa CATL, atualmente uma das líderes no mercado na criação de módulos de baterias para uso em automóveis elétricos.

Isto não só deixaria a indústria francesa em desvantagem à alemã, tornando os grupos automóveis PSA e Renault mais vulneráveis à necessidade de lidar com tecnologia importada, como também “colocaria em causa a soberania tecnológica europeia”. O governo francês já tentou incentivar o que foi chamado uma “Airbus das baterias”, com o envolvimento do Grupo PSA, liderado por Carlos Tavares. Uma maior integração entre as indústrias francesa e alemã seria suficiente para envolver toda a União Europeia no desenvolvimento da tecnologia de baterias, de um modo que tornasse os construtores europeus competitivos não só internamente mas também a nível mundial, face aos rivais chineses.