M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Cabos de fibra ótica de banda larga transportam informação em pulsos de luz, à velocidade de luz, mas a maneira como esta é codificada de um lado e processada do outro afetam a velocidade a que a informação é distribuída. O primeiro aparelho nanofotónico emprega uma forma de “luz torcida” para poder acumular mais dados e processá-los mais depressa, com o seu funcionamento descrito por um estudo publicado no jornal científico Nature.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

De acordo com Haoran Ren, investigador no RMIT (Instituto Real de Tecnologia de Melbourne), na Austrália, “as comunicações óticas atuais estão a atingir um limite de capacidade à medida que deixam de poder acompanhar as necessidades de transmissão de dados”. Para dar a volta a esse obstáculo, a ideia de usar o que foi descrito como “luz torcida” resume-se como “transmitir esses dados na capacidade máxima de um modo que nos vai permitir aumentar a largura da banda”.

A atual tecnologia de banda larga usa a forma, ou oscilação, das ondas de luz para codificar os dados, fazendo uso do espetro invisível de luz para aumentar a velocidade. Coma a nova tecnologia, esta luz é transformada em espiral para aumentar ainda mais a capacidade de transmissão de dados, um estado chamado momento angular orbital. O estudo também resolveu um problema com a constituição e o tamanho dos aparelhos físicos necessários para poder transmitir informação de forma contínua.

De acordo com os investigadores do RMIT, esta tecnologia será barata de produzir e não vai ocupar muito espaço na atual estrutura de fibra ótica usada pela internet. Com a “luz torcida” para transmitir informação, os cabos de fibra ótica vão poder ver a sua capacidade aumentada em 100 vezes em relação à sua velocidade atual de transmissão de dados, no espaço de dois anos.