M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O Sol é o astro mais quente do Sistema Solar. Mesmo na sua superfície vai sempre ficar acima dos 5000 graus Celsius. Por isso, quase todos os materiais que existem na Terra iriam derreter ou vaporizar-se se fossem em direção à nossa estrela. A sonda solar Parker, que a NASA vai enviar ao Sol nos próximos dias, não lhe vai tocar, ficando a uns mais seguros seis milhões de quilómetros, mas mesmo assim vai sentir bastante afetada pelo calor. E a NASA teve que lhe dar um tratamento especial para conseguir aguentar temperaturas elevadas sem derreter.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A sonda solar Parker vai ser lançada a 4 de agosto, enviada ao Sol para uma missão de sete anos ao astro central do Sistema Solar. A NASA espera que consiga completar a sua missão fazendo um total de 24 translações durante esse período. A sua órbita vai aproximar-se a uma distância mínima de 0,04 Unidades Astronómicas (o padrão de 1 UA é a distância da Terra ao Sol), ou cerca de 6,2 milhões de quilómetros. Aí, vai ser atingida por partículas com uma temperatura de milhões de grau, mas cuja fraca exposição significa que só vai ter que aguentar calor na casa dos 1400 graus Celsius, ligeiramente mais quente um vulcão ativo.

Os instrumentos que vão ser usados para analisar o Sol e transmitir dados de volta para a Terra precisam de ser protegidos desse calor. Por isso, a sonda vai ter um sistema de proteção térmica, desenvolvido pela Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e construído pela Carbon-Carbon. A proteção usa uma espuma de compósitos com carbono, ensanduichada entre duas placas também feitas com carbono. Este isolamento é complementado por um acabamento de tinta cerâmica, na face da sonda virada para o Sol, que vai servir para refletir calor. A placa foi testada em temperaturas até 1650 graus, pelo que àquela distância vai ser suficiente para resistir.

Há uma peça importante que não vai estar protegida por este escudo. Um dos sensores, um copo de Faraday, vai ser usado para medir os fluxos de eletrões e iões presentes no vento solar. As suas placas são uma liga à base de molibdénio, que tem um ponto de fusão de 2349 graus, misturado com titânio e zircónio. Os chips são feitos de tungsténio, que tem um ponto de fusão de 3422 graus, e os seus circuitos foram fundidos a ácido.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.