M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Imagine o futuro, onde conduzir pertence aos tempos antigos. “Conduzir” é fácil, é só entrar num carro autónomo, que nem precisa de ser seu, e dizer-lhe para onde quer ir. Durante a viagem, graças ao ecrã tátil de grandes dimensões que vai ter no interior do carro, pode visitar as suas redes sociais, ler o seu e-mail e ler notícias. E anúncios, também. Muitos anúncios, que o tratam pelo primeiro nome, a indicar lojas e produtos relevantes aos seus interesses e aos caminhos por onde passa. Tudo porque o seu carro vai enviar esta informação a empresas.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Esta é a conclusão de Luis Alvarez Leon, investigador e professor assistente na Universidade de Dartmouth, nos Estados Unidos. De acordo com Alvarez Leon, o carro autónomo vai ser uma forma de vigilância, através do GPS e sistema de navegação, em que as empresas vão agregar dados contextualizados sobre os hábitos, rotinas e preferências dos passageiros. Este tesouro de informação vai ser monetizado por empresas, que vão poder bombardear os utilizadores dos carros autónomos com publicidade personalizada.

Os carros atuais equipados com sistemas de navegação e de info-entretenimento já acumulam informação sobre a localização do seu condutor, mas o carro autónomo vai levar este processamento de dados a novos horizontes. Como o passageiro vai interagir mais com o sistema de info-entretenimento, a publicidade poderá ser incluída como parte de um pacote de serviços incluídos com o aluguer do automóvel. Empresas poderão aproveitar esta situação para direcionar os utilizadores a produtos comerciais específicos, ou os clientes poderão ser forçados a pagar mais por uma viagem livre de publicidade.