Os automóveis com faróis escamoteáveis foram uma tendência durante muitos anos, surgindo nalguns dos automóveis mais desejados das décadas de 1970 e 1990. Muitas marcas usaram-nos durante várias décadas, e embora tenham ficado associados à identidade de automóveis desportivos de alta performance, também foram usados em veículos para utilização familiar. No entanto, atualmente, já nenhum automóvel os utiliza…

Os faróis escondidos foram usados pela primeira vez em 1936, no Cord 810, um carro americano, sendo ativados a partir do habitáculo através de uma manivela. A marca americana escolheu esta solução para reduzir a resistência aerodinâmica ao ar e para eliminar elementos proeminentes que estragassem o design do carro. No entanto, ficou no mercado apenas dois anos. Em 1942, o DeSoto foi o primeiro a introduzir faróis escondidos com comando elétrico, mas a Segunda Guerra Mundial impediu a sua popularização. Terminado o conflito, as marcas tiveram uma solução mais barata, integrando os faróis na carroçaria, e este sistema desapareceu durante alguns anos.

Durante os anos 60 e 70, muitas marcas de veículos desportivos estavam a experimentar com o “wedge design”, para reduzir a zona frontal e melhorar a aceleração das suas novas máquinas. Ao mesmo tempo, alguns países introduziram legislação que obrigava os faróis a estarem montados a uma altura mínima. Os faróis escondidos surgiram como a solução para este problema, pois quando estavam ligados estavam posicionados nesta altura obrigatória, mas durante o dia não afetavam a linha do design. Foram usados em modelos como os Lamborghini Countach e Miura, Porsche 928, Ferrari 288 GTO, 348 e F40, Lancia Stratos, Fiat X1/9, BMW M1, Lotus Esprit ou Chevrolet Corvette Stingray.

Nos anos 80 e 90, esta solução ganhou alguma popularidade entre as marcas japonesas. A Toyota usou-a no Supra, Celica e MR-2, enquanto a Honda introduziu os faróis escondidos no NSX, a Nissan no Silvia e 300ZX e a Mazda no MX-5 Miata e RX-7. Mas os faróis escondidos também foram utilizados por modelos de produção em massa, incluindo uma geração do Honda Accord ou o Mazda 323F. Os americanos também os usaram na geração F-Body do Camaro e do Pontiac Trans-Am (o “KITT”).

Mas os faróis escondidos ocupavam muito espaço com os seus motores elétricos na secção dianteira, espaço necessário para integrar elementos de segurança, como estruturas de absorção de impacto em caso de colisão. Além disso, a sua presença poderia pôr em causa a nota dos automóveis num crash-test. Por isso, foram abandonados gradualmente. Em 2004, a quinta geração do Corvette e o Lotus Esprit foram os últimos modelos de produção a utilizar faróis escondidos.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.