M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Na procura pela redução do tráfego automóvel e da poluição causada por este, tanto a indústria automóvel como outras indústrias paralelas têm insistido na ideia de que o automóvel do futuro poderá ser partilhado. Em vez de ter um automóvel, uma pessoa iria aceder a um de vários serviços de partilha, como a Uber ou a Lyft, e usar um automóvel apenas quando necessitasse. Como esse carro seria depois usado por outra pessoa, isso iria retirar carros pessoais da estrada, reduzindo o trânsito.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Mas a realidade agora parece que vai ser exatamente ao contrário, o que foi confirmado por um estudo realizado pela firma de consultoria Schaller Consult, e que afirma que o tráfego automóvel aumentou em 151 milhões de quilómetros em 2017 na cidade de Seattle. A Uber e a Lyft tiveram, em conjunto, cerca de 20 milhões de utilizações dos seus aplicativos na área metropolitana da cidade americana, no noroeste dos Estados Unidos, mas os seus clientes não estão a usar os serviços para substituir o automóvel pessoal.

Em vez disso, a maioria das pessoas usa os serviços de partilha de automóveis para viagens curtas, entre cinco e dez quilómetros, que no contexto das cidades americanas são distâncias que podem ser feitas a pé, de bicicleta ou num transporte público, ou em situações em que normalmente ficariam em casa, pois não valeria a pena fazer a viagem. Em 2014, a Câmara Municipal de Seattle tentou limitar o número de licenças da Uber e da Lyft para 150 cada. No entanto, essa legislação foi anulada e atualmenteas duas empresas têm mais de 28 mil condutores registados na área metropolitana.