M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Depois de nove anos no espaço a acumular dados que confirmaram que estamos cercados por milhões de planetas escondidos, mais planetas até que as estrelas da galáxia, o telescópio espacial Kepler da NASA ficou sem o combustível necessário para manter as suas operações. Por isso, a NASA decidiu retirar a sua nave espacial da sua órbita, para longe da Terra. O telescópio Kepler deixa como herança a descoberta de mais de 2600 exoplanetas fora do nosso Sistema Solar, muitos deles com a possibilidade de serem planetas capazes de suportar vida.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Para Thomas Zurbuchen, administrador assistente da divisão de exploração científica da NASA, “o telescópio Kepler mais do que excedeu as nossas expectativas, não só confirmando que há planetas lá fora mas também abrindo as portas para um novo ramo da ciência. As suas descobertas mostraram-nos novos mistérios e possibilidades entre as estrelas”. A mais recente análise das descobertas do Kepler concluiu que o número de estrelas visíveis com planetas rochosos, como a Terra, é entre 20 e 50 por cento, localizados na zona habitável, onde podem ter água em estado líquido.

O tamanho mais comum de planetas descobertos pelo telescópio é de algo que não existe no Sistema Solar, com uma dimensão entre a Terra e Neptuno, deixando no ar muitas perguntas sobre estes planetas. Outro ponto diferente do Sistema Solar é que muitos destes sistemas externos estão repletos de planetas em órbita da sua estrela. O telescópio Kepler também abriu a porta a uma nova era de exploração espacial, agora que a NASA confirmou que existem planetas noutros sóis, para um dia poder responder à pergunta se estamos ou não sozinhos no Universo.

O telescópio espacial Kepler foi enviado ao espaço a 6 de março de 2009, com novas evoluções técnicas que lhe permitiam medir o brilho estelar através da maior câmara digital jamais concebida para uso no vácuo. Originalmente, estava posicionado para observar um grupo de 150 mil estrelas na constalação do Cisne, e ao fim de quatro anos já tinha cumprido todos os parâmetros originais da missão. Assim, a NASA pôde reposicionar o telescópio para uma nova zona, catalogando mais de 500 mil estrelas.