M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Há seis anos, a Voyager 1, a primeira sonda espacial criada pela NASA para explorar a orla do Sistema Solar, abandonou a heliosfera a caminho do vácuo quase total. Esta semana, foi a vez da sua irmã Voyager 2 fazer o mesmo, deixando o planeta Terra para trás por 18 mil milhões de quilómetros. A sonda criada pela NASA foi lançada há 41 anos, e desde então passou por quatro planetas.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Embora não seja a primeira vez que um objeto construído por mãos humanas tenha saído do Sistema Solar, só agora a NASA pôde investigar o que isso significa. Na Voyager 1, o sensor de medição de plasma ficou desligado em 1980, quando a sonda ainda estava bem dentro das órbitas dos planetas que compõem o sistema. No entanto, este sensor ainda está ativo na Voyager 2 e permitiu à NASA estudar a sensação de abandonar o Sistema Solar.

A heliosfera é uma zona do espaço em redor de uma estrela, composta de “vento solar”, partículas de plasma expelidas por uma estrela que estendem até aos limites das órbitas em redor do astro principal. A Voyager 2 enviou de volta dados em que media a concentração de plasma e registou o momento em que deixou de o fazer, confirmando que conseguiu sair da “bolsa de vento solar” que envolve todos os objetos em volta do Sol. Esta transição foi confirmada pelos sensores de raios cósmicas e de partículas de baixa energia e pelo magnetómetro.

O propósito original da Voyager 2 era estudar outros planetas do Sistema Solar, mas como a sonda ainda está ativa, a NASA vai aproveitar esta oportunidade para continuar a estudar as zonas limítrofes do Sistema Solar, fora da heliosfera, como a nuvem de Oort. Esta zona do espaço está fora da heliosfera mas ainda está sob influência gravitacional do Sol, sendo povoada maioritariamente por cometas.