Ares de família: O ponto em comum entre o novo Astra e o histórico Calibra

26/08/2019

O renovado Opel Astra, cuja estreia está agendada para o Salão de Frankfurt, em setembro, partilha com o Calibra e com o Insignia um estatuto bastante interessante, ao posicionar-se na galeria dos automóveis mais aerodinâmicos produzidos pela marca alemã.

Com um coeficiente de resistência ao ar de 0.26, tanto no Astra de cinco portas como na carrinha Astra Sports Tourer, o renovado Astra está entre os automóveis mais aerodinâmicos neste segmento de mercado, tratando-se de fator relevante na redução dos consumos de combustível e na redução de emissões de CO2.

A história dos carros de grande cuidado aerodinâmico na Opel deriva, então, ainda do tempo do Calibra, coupé elegante que durante mais de 30 anos, indica a marca alemã, “usou a coroa de ‘rei da aerodinâmica’”, com um coeficiente de resistência ao ar de 0.26 Cd.

Agora, prossegue com o Astra renovado, elaborando ainda mais um ponto que já tinha sido bastante trabalhado no modelo lançado em 2015, com um baixo coeficiente de 0.29 Cd. Partindo desta base, os engenheiros da Opel fixaram o ambicioso objetivo de colocar a nova gama Astra, em ambas as variantes de cinco portas e Sports Tourer, no topo do segmento em matéria de aerodinâmica. Para isso, a equipa de desenvolvimento do Astra utilizou o túnel de vento da Universidade de Estugarda, que é operado pelo Instituto de Investigação de Engenharia Automóvel e Motores de Veículos, para centrar todos os esforços na otimização do já de si excelente desempenho aerodinâmico do modelo

Em deslocação, cerca de 40 a 50 por cento do total de resistência ao ar de um automóvel surge sob a carroçaria e em torno das rodas e dos guarda-lamas. Os engenheiros dedicaram especial atenção a estas áreas, ao mesmo tempo que conceberam uma cortina integral ativa para colocar atrás das grelhas dianteiras. Esta cortina consegue vedar automaticamente a entrada de ar no compartimento do motor, tanto na grelha superior como na inferior, de forma independente.

É sabido que uma diminuição de 10% na resistência ao ar traduz-se diretamente numa redução de cerca de dois por cento nos valores de consumo NEDC, ou até cinco por cento quando o automóvel circula a 130 km/h. Registe-se que a diminuição da resistência resultante do efeito da cortina da grelha, por si só, baixa as emissões de CO2 do novo Astra em 2 g/km.

Cortina ativa da grelha tem duplo efeito positivo

Além do desempenho aerodinâmico, a cortina integral traz benefícios do ponto de vista de controlo térmico, permitindo atrasar o arrefecimento do motor depois de este ser desligado, ou acelerar o aquecimento após um arranque a frio – algo que é importante no inverno, com reflexos positivos no consumo de combustível, no controlo das emissões e na capacidade de aquecimento do habitáculo.

Apesar da aparente simplicidade e lógica desta solução, a cortina integral ativa constitui um desafio apreciável para ‘designers’ e engenheiros, visto que é necessário levar em linha de conta fatores variados como ‘design’, instalação, proteção de peões e classificações de seguros, assim como diferentes motores e transmissões e as respetivas necessidades de controlo de temperatura.

Por seu turno, obtiveram-se melhorias no comportamento do fluxo de ar sob o automóvel com a instalação de carenagem sob o compartimento do motor, um novo painel isolador do depósito de combustível que funciona também como defletor de ar, altura ao solo reduzida em 10 mm – dependendo da versão – e braços da suspensão traseira com formato aerodinâmico. No total, a otimização aerodinâmica do renovado Astra faz baixar a emissão de CO2 em 4,5 g/km no ciclo NEDC.

Calibra: Um recordista em aerodinâmica e na elegância
O renovado Opel Astra faz a sua estreia no Salão de Frankfurt exatamente 30 anos depois do emblemático Calibra. Com produção iniciada em 1990, o ‘coupé’ de duas portas deteve, durante dez anos, o título de automóvel de produção em série mais aerodinâmico do mundo.
O coeficiente de apenas 0.26 Cd constituía, de facto, um marco na indústria automóvel e devia-se a um perfil longo e baixo, bem como a uma série de pormenores como a reduzida superfície frontal ou o estreitamento da secção traseira. As ‘saias’ colocadas nas embaladeiras, entre as rodas dianteiras e traseiras, melhoravam o comportamento do fluxo de ar sob o automóvel. O Opel Calibra foi o ‘coupé’ desportivo mais bem-sucedido dos anos 1990, com um total superior a 238.600 unidades produzidas entre 1989 e 1997. A gama de motores contemplou cinco versões distintas, do 2.0 de 115 CV ao aclamado 2.0 Turbo de 204 CV. O Calibra detém também um palmarés apreciável no desporto automóvel, tendo vencido o campeonato ‘International Touring Car’ em 1996, com Manuel Reuter ao volante.

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