Na última semana de Maio, as vendas de veículos usados, na Europa, estão a recuperar para níveis muito próximos dos registados em 2019. A procura pela motorização Diesel caiu 29% e os preços mantiveram-se estáveis. Neste contexto, Portugal é o mercado que mais rapidamente cresce na Europa, segundo o último relatório divulgado pelo Observatório INDICATA.
As vendas globais estão agora a descer 17%, em termos homólogos e a tendência de subida continua, com a última semana de Maio a descer “apenas” 9%. Em Portugal, os volumes não só subiram para níveis pré-bloqueio, como subiram em Maio 21%, quando em comparação com o mesmo mês do ano transato.
As vendas de usados têm sido positivas na maioria dos países, embora muitos retalhistas ainda não tenham respondido à queda dos níveis de stock, com a compra no mercado de comércio. “Quando isto acontece, os preços dos usados no comércio podem voltar a aumentar”, diz Andy Shields, diretor geral da INDICATA.
Gasolina e híbridos
O estudo da INDICATA permite ainda concluir que o tipo de combustível mais procurado, na Europa, é o que alimenta os veículos usado a gasolina e os híbridos – exceção do Reino Unido.De resto, na Alemanha, mercado tradicionalmente dominado pelos Diesel, assistiu à maior fuga, afastando-se deste tipo de combustível. “O tempo dirá se os compradores de automóveis usados se tornaram mais conscientes do ponto de vista ambiental durante a pandemia Covid-19, ou se esta é apenas uma decisão por impulso?”, acrescenta Andy Shields.
Outra evidência do estudo é que, à medida que se começam a levantar os bloqueios, os consumidores tendem a optar mais por automóveis desportivos e veículos de luxo, segmentos em plena ascensão. Por outro lado, a procura por modelos executivos mais antigos e maiores tem vindo a cair durante o desconfinamento.
Por outro lado, os preços dos usados começaram a mexer, embora gradualmente, com a Suécia, o menos restritivo de todos os países europeus, assistindo à maior redução de preços de 4,2%. Todos os outros países estão a encontrar cautelosamente um novo preço “normal”, o que sugere que os retalhistas e os fabricantes estão a manter a calma e não estão a vender o seu stock em pânico.
Esta recuperação torna-se ainda mais notável, dado que mercados-chave como o Reino Unido permaneceram com os retalhistas encerrados durante todo o período. “Com efeito, o facto de os volumes estarem a ser alcançados nestes mercados mostra o quanto o consumidor está disposto a alterar o percurso de compra, não apenas a fazer cada vez mais pesquisas online antes de visitar o retalhista, mas também a concluir a transação remotamente”, sublinha Andy Shields.
Descidas menores
A passagem dos motores Diesel para outros tipos de combustíveis mais amigos do ambiente é também uma conclusão a retirar do estudo. Embora as vendas dos veículos a gasolina continuem a descer 11,35%, quando comparamos com um mercado que caiu 17,7%, significa que a quota global do mercado dos veículos equipados com motores a gasolina ganha espaço.
O mercado português foi um dos mais afetados durante o bloqueio e estar a dar sinais reais de retoma na procura estimulando o retorno à vida do seu comércio automóvel. Os volumes não só subiram para níveis pré-bloqueio, como subiram em Maio 21% em relação ao mês homologo, do ano passado. Portugal é, inclusivamente, o mercado que mais rapidamente cresce na Europa. Embora haja uma substituição do Diesel por outros combustíveis, há também um mercado forte nos automóveis mais antigos e um crescimento dos veículos de luxo e desportivos. Os volumes estão a recuperar, mas os preços mantêm-se estáveis, 2,6% abaixo dos valores pré-bloqueio.