O crescimento das plataformas de venda online de artigos em segunda mão traz consigo uma série de possibilidades de negócio que podem ser amplamente vantajosas para os compradores, ao mesmo tempo ajudando os vendedores a rentabilizarem um produto que já não lhes é necessário. Porém, alguns artigos podem gerar uma dúvida devido à sua importância, como é o caso das cadeirinhas de bebé para utilizar nos automóveis: serão um bom negócio ou um risco para quem compra?

As cadeiras para transporte de crianças tornam-se fundamentais assim que a família cresce, ocasionalmente dando azo a muitas dúvidas por parte dos condutores. Se as questões em torno da adaptabilidade das cadeiras ao respetivo peso das crianças não podem ser descuradas, também não o devem ser a segurança da própria cadeira ou, para maior objetividade, os sistemas de retenção infantil, que devem estar de acordo com a norma i-Size (ou ECE R129), que simplifica a informação, a utilização e assegura maior resistência graças a um novo procedimento de testes mais realista, com um cenário de colisão lateral.

Muitos proprietários de automóveis procuram esse elemento a partir dos sites de venda de objetos em segunda mão, algo que pode ficar mais em conta, uma vez que, na própria lógica de que nada deve ser descartado, mas sim reutilizado, poderia fazer sentido. Porém, com as cadeiras de bebé ou criança, essa mesma lógica traz mesmo consigo um risco acrescido.

A começar pelo facto de as próprias cadeiras terem uma periodicidade de utilização – não sendo uma data limite de utilização, mas sim uma recomendação, por parte dos fabricantes, para que uma cadeira seja apenas usada durante seis ou sete anos, devido ao desgaste normal dos materiais e, até, à própria deformação dos materiais com o peso da criança. Naturalmente, aqui entram ainda em equação os cuidados que o utilizador teve com a cadeira ou se a mesma sofreu algum acidente, mesmo que ligeiro. Além disso, podem ser provenientes ainda de uma época em que os padrões de homologação eram diferentes.

Nestes diversos pontos reside a resposta à questão inicial. Uma cadeira em segunda mão representa um risco para a saúde da criança, mesmo que possa parecer uma benesse para a carteira dos pais. Se os acidentes são imprevisíveis, a sua violência pode colocar em causa a segurança dos mais pequenos, sobretudo no caso de uma cadeira em segunda mão que já tenha estado num embate numa outra ocasião.

Ao comprar um SRI já usado, o comprador poderá nunca ter a certeza de que a mesma está imaculada em termos de colisões, o que pode gerar pequenas gretas ou fissuras nos materiais, mesmo que tenham sido a baixa velocidade. Essas mesmas fendas na cadeira podem, depois, no caso de um novo embate não conseguir proteger a criança da forma mais efetiva.

Assim, tenha atenção a estes aspetos no momento de comprar uma cadeirinha, sendo apenas aceitável a aquisição de uma cadeira em segunda mão se conhecer todo o historial da mesma – por exemplo, se for de um familiar próximo -, devendo assim observar atentamente todos os aspetos da mesma para garantir a sua eficácia e que não tem mais de seis anos desde a sua produção. Em caso de dúvida, pondere mesmo a aquisição de um SRI totalmente novo.