Publicidade Continue a leitura a seguir

Como a chuva e o óleo se podem ‘unir’ contra si nas estradas

1. Calma: Em condições de chuva – quer tenha começado há pouco tempo ou seja o terceiro dia consecutivo – adote uma postura mais defensiva na condução. Seja mais tranquilo e antecipe melhor os riscos. Caso sinta que o seu carro está a deslizar, não entre em pânico e não trave, mesmo que a tentação para isso seja grande. Tire o pé do acelerador e controle a trajetória com leves movimentos do volante até que sinta de novo o controlo.
2. Espaço: É fundamental deixar mais espaço para os veículos que o precedem. Estar colado ao ‘vizinho’ da frente não fará nada de bom por si, pois em caso de travagem brusca, não terá tempo de travar. Com chuva e as condicionantes de aderência, o problema só se agrava. Em caso de derrapagem na travagem, pela presença do tal líquido no asfalto, aquele metro a mais poderá ser muito importante.
3. Precaução: Caso tenha começado a chover depois de um longo período de tempo seco, lembre-se que o piso estará cheio de detritos e restos de óleo, massas de lubrificantes e de borracha velha que fará um misto muito perigoso para o fazer escorregar. Em cidade e vias dentro de centros urbanos, esta condição tende a ser mais comum, sobretudo pela existência de muito tráfego e de usuais situações de engarrafamentos.
4. Ver: É fundamental ver e ser visto. Pode parecer um ‘chavão’ mas é tão banal que, por vezes, em casos de chuva forte, ainda há quem se esqueça de ligar os faróis.

Publicidade Continue a leitura a seguir

Por certo que já terá reparado nalgumas manchas de cor esverdeada que surgem na água presente no asfalto quando chove, por vezes até com alguma espuma em redor. Mas, sabe que nesse facto se esconde um elemento de perigosidade que pode apanhar desprevenido mesmo o condutor mais experiente?

Essa coloração estranha da água – frequentemente esverdeada ou com um amplo leque de cores brilhantes – é resultado da mistura dessa substância com óleo e resíduos dos diversos carros que circulam na via, pelo que, quando a chuva não é suficiente para lavar a estrada por completo, existem pequenas camadas de líquido ‘escorregadio’ que ficam depositadas no piso, aumentando dessa forma a possibilidade perda de controlo do carro por parte do condutor.

Carros, motos e autocarros vão deixando no asfalto resíduos de óleo, massas lubrificantes e, nalguns casos, até de combustível mal queimado pelos seus motores que, em junção com a água das chuvas, torna o piso mais escorregadio, podendo levar a situações de perda de aderência, mesmo quando a água não seria suficiente, à partida, para causar situações de hidroplanagem.

Assim, em dias em que a chuva começa a cair depois de um período de ‘seca’ (mesmo que não muito prolongada), os primeiros momentos de condução com o piso molhado são particularmente importantes para se evitarem dissabores, tanto mais que, a esse perigo potencial de perda de motricidade, há que juntar ainda as dificuldades na visibilidade por parte do condutor.

Eventualmente, a queda contínua de chuva acaba por lavar a maioria dos detritos e resíduos depositados na estrada ao longo de semanas a ‘seco’. Sobre os efeitos e causas deste fenómeno, um estudo de Daniel Eisenberg, datado de 2003, revelou que existe uma maior probabilidade de ocorrerem acidentes rodoviários após um longo período de tempo seco, do que depois durante uma fase de dias consecutivos de chuva. A análise de Eisenberg abarcou mais de um milhão de acidentes fatais em 48 estados dos Estados Unidos da América, tendo o ensaio sido publicado naquele ano no jornal Accident Analysis & Prevention. Nesse documento, foi documentado o efeito de perigosidade acrescida quando a chuva começa, com Eisenberg a apontar duas possíveis explicações para tal.

“Óleo e detritos acumulam-se na estrada quando não chove por algum tempo, tornando as estradas mais escorregadias quando começa a chover. Ao segundo dia de chuva, o óleo e detritos já terão sido lavados do piso e são menos perigosos. Outro fator pode ser o facto de que as pessoas não estão tão habituadas a conduzir à chuva depois de um longo período de tempo seco”, escreveu.

O estudioso mencionou ainda que “muitas pessoas já estão cientes deste fenómeno. O que o meu estudo faz é fornecer provas que suportem e quantifiquem a forma como o clima altera o risco”. O próprio tipo de asfalto pode ajudar a perdas de fricção entre o pneu e a estrada, já que alguns tipos de asfalto são menos eficazes a dissipar as camadas de água presentes na sua superfície, o mesmo se podendo dizer do estado de conservação dos pneus.