O legado da Renault no desporto automóvel em Portugal é bastante forte. A marca francesa entrou nas competições em 1984, com o Renault 5 Turbo Tour de Corse, com o qual logrou sagrar-se bicampeã nacional. A partir de 1987, passou a utilizar o Renault 11 Turbo com que alcançou três títulos nacionais, sendo estes dois corolários do percurso da marca em solo nacional.
Mas o percurso da Renault não se ficou por aí, já que a marca ainda organizou diversos troféus de velocidade e participou também no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) ao mais alto nível, com nomes como Pedro Matos Chaves. A última vez que a Renault esteve presente no campeonato foi há 20 anos, com o Clio S1600.
Agora, apresenta o Clio Rally5, modelo de competição derivado da versão de estrada, com motor 1.4 TCe de injeção direta mas potência elevada aos 180 CV, para 300 Nm de binário, tendo ainda caixa sequencial Sadev de cinco velocidades, diferencial ZF e estruturas de proteção de acordo com as regulamentações da Federação Internacional do Automóvel (FIA). O peso em vazio deste Clio Rally5 é de 1080 kg.
No evento de lançamento deste projeto, a Renault indicou que esta é uma proposta única que pretende renovar a aposta nos jovens e criar novos valores para o desporto, pretendendo ser acessível para a realidade da competição automóvel.
O kit de iniciação para asfalto custa 2862€, ao passo que o de terra custa 2099€. Cada conjunto de quatro jantes para asfalto tem um preço de 500€, ao passo que o de terra tem um custo de 478€.
Já no que diz aos preços dos kits de transformação, a conversão de Asfalto para Terra tem um custo de 7900€, de Terra para Asfalto tem um preço de 5000€, de Asfalto para Rallycross (RX) tem um custo de 3500€ e de RX para Asfalto tem um custo de 6100€.
Jovens promessas
Exemplo de como o Clio desenvolvido para ralis pode ser a solução mais adequada para os jovens pilotos iniciarem as suas carreiras é o de Gonçalo Henriques, o recém-coroado campeão de Portugal de Ralis de duas rodas motrizes (2RM).
Um investimento que se estendeu à presente época, com Gonçalo Henriques a começar o ano com o Clio Rally5, mas a apostar no ‘upgrade’ para o ‘kit’ Rally4, que lhe permitiu a proeza de conquistar o título de campeão do CPR 2RM e logo num campeonato marcado por uma extrema competitividade.
Em Amares, pudemos sentir na primeira pessoa a velocidade e as emoções de ir ao lado de Henriques, que não poupou o Clio Rally5 na demonstração de que este é já um carro de competição muito competente, num troço de asfalto estreito e no qual se atingiam velocidades bastante elevadas, entre casas e zonas florestais, com algumas curvas ‘cegas’ em lomba a elevar a adrenalina.
Para 2024, o calendário ainda está em definição, sabendo-se já que os Rali de Portugal e Rali da Madeira não farão parte do mesmo, dada a relação custo-benefício menos benéfica – quando os pilotos dos troféus inferiores passam nos troços, os pisos estão já bastante deteriorados, sujeitando a mecânica a desgaste mais pronunciado. Em cima da mesa está a possibilidade de incluir provas que não fazem parte do CPR, como o Rali de Lisboa. Oito destes Clio estão já em Portugal, com Hugo Barbosa, diretor de Comunicação da Renault Portugal, a dizer que existem muitos mais interessados.
Com os Clio Rally5 a serem produzidos em Dieppe, na fábrica da Alpine, foram já construídos 820 automóveis, esperando-se que os novos modelos a participar em 2024 tenham já também o design da versão renovada do Clio de estrada, lançado há semanas.
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