A Audi anunciou que irá abandonar o seu envolvimento oficial enquanto equipa de fábrica na Fórmula E depois de 2021, abraçando, no entanto, outro desafio – o Rali Dakar, no qual irá estrear-se em 2022 com um protótipo inovador. Além disso, abre a porta ao regresso a Le Mans ao abrigo das novas regulamentações LMDh.

Pouco tempo depois de ter ingressado na Fórmula E como equipa de fábrica, a Audi reorienta os seus esforços de competição para um outro campo, desta feita, para terrenos mais acidentados, como são os do rali mais duro do mundo, disputado usualmente no primeiro mês de cada ano.

A marca dos quatro anéis revelou que o seu protótipo para o Dakar terá um motor elétrico associado a uma bateria de alta voltagem e a um conversor altamente eficiente, neste caso um motor a gasolina TFSI. O objetivo é melhorar a performance dos sistemas elétricos de motorização no futuro. No caso do Dakar, onde as etapas excedem muitas vezes os 500 quilómetros a ritmos bastante elevados, competir apenas com base na bateria elétrica tornaria difícil que o automóvel chegasse ao fim da classificativa pelos seus próprios meios.

Markus Duesmann, Presidente do Conselho de Administração da Audi AG para o desenvolvimento técnico e linhas de produto da marca alemã, referiu que “o compromisso multifacetado com o desporto motorizado é e continuará a ser uma parte integral da estratégia da Audi”, mantendo-se assim a premissa de desenvolvimento técnico pela exposição aos cenários competitivos mais exigentes. Embora em fórmulas diferentes, este será o regresso da Audi aos ralis, numa ligação ao histórico quattro que acabou por revolucionar os ralis com o seu sistema de tração integral.

A Audi será a primeira marca automóvel a comprometer-se com o desenvolvimento de um sistema motriz alternativo para o Rali Dakar.

Fórmula E só como fornecedora de motor

Presente na Fórmula E desde 2014, então como parceira da ABT Sportsline, e desde 2017 com uma equipa de fábrica, a Audi anunciou que irá também retirar-se daquela modalidade a nível oficial no final da temporada de 2021, mantendo-se como fornecedora de unidades motrizes para outras equipas a partir daí.

A marca espera ter, em 2025, cerca de 40% das vendas pertencentes a veículos puramente elétricos e híbridos plug-in, com Duesmann a referir que “essa é uma das razões por que vamos dar o passo seguinte no automobilismo eletrificado ao enfrentar as condições mais extremas. As muitas liberdades técnicas oferecidas pelo Rali Dakar oferecem o laboratório de testes perfeito para nós neste respeito”.

Le Mans ‘à vista’

A Audi anunciou ainda que deu início ao processo de preparação para o regresso às competições de endurance, mais concretamente, às 24 Horas de Le Mans, aproveitando o novo regulamento de motorizações híbridas LMDh. A Peugeot é uma das marcas que já estão confirmadas com o novo regulamento técnico para Le Mans, assim como a Toyota, além da Scuderia Cameron Glickenhaus, que também está empenhada na sua participação na modalidade.

Não obstante o foco na hibridação, a Audi revelou também que manterá o seu programa de competição para clientes, bem como o serviço de assistência, para os R8 LMS em muitas das séries internacionais.