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Como a Honda passou de “motor GP2” a motor vencedor

O recente triunfo de Verstappen na Alemanha foi o segundo desde que a marca japonesa regressou à Fórmula 1 como fornecedora de motores em 2015.
Além de ter ganho com o piloto holandês, a Honda colocou dois pilotos no pódio, com Daniil Kvyat a ser o terceiro ao volante de um Toro Rosso-Honda.
O primeiro triunfo da Red Bull-Honda deu-se na Áustria, mostrando a competitividade do sistema híbrido V6 japonês.
No entanto, no momento de celebrar, a Honda também não quis passar ao lado das críticas de Alonso, que no passado acusou a marca de ter um motor de GP2 no plantel da Fórmula 1.
A razão: a constante ausente de fiabilidade do conceito anterior de motor e, sobretudo, a falta de performance em comparação com as unidades da Mercedes, Ferrari e Renault.

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Fernando Alonso saiu da Fórmula 1 longe dos lugares de sucesso, passando os últimos anos da sua carreira na modalidade a lutar com um binómio chassis/motor que apenas a espaços provou ser competitivo. A sua agrura com a ‘falta’ de motor do seu McLaren foi tal que chegou a apelidar o Honda de motor de GP2, numa tirada que não caiu bem nos responsáveis da companhia japonesa.

Porém, poucos meses passados e com a Honda a equipar agora a Red Bull Racing (bem como a Toro Rosso, que é ‘parente’), são já dois os triunfos na algibeira da companhia japonesa, ajudando a posicionar a equipa de Milton Keynes – que também terminou um ‘casamento’ de altos e baixos com a Renault – entre as equipas vencedoras da temporada de 2019 (com efeito, é a única além da Mercedes-AMG a contar com triunfos este ano).

No entanto, no ano passado, a Honda passou um ano a ‘afinar’ e a preparar o seu motor V6 híbrido de forma discreta com a Toro Rosso, que foi a equipa que serviu de ‘laboratório’ para uma potencial passagem para a equipa-mãe, a Red Bull, este ano, algo que viria a confirmar-se depois da cisão com a Renault.

Crucialmente, a grande medida que viria a propulsionar a marca japonesa para o caminho do sucesso, novamente, foi a mudança de conceito na conceção do motor, já que a Honda tinha desenvolvido um motor em que o posicionamento do turbo e do compressor foi separado, replicando dessa forma o desenho vencedor da Mercedes-AMG. Com o trabalho feito nos bastidores em 2018, a Honda certificou-se que o potencial estava à altura do chassis da Red Bull na presente temporada.

Desta forma, ao chegar a 2019, o conjunto Red Bull-Honda acabou por ser bastante forte, com o motor japonês a ser, inclusive, bastante forte em áreas como a velocidade de ponta, na qual era bastante penalizada, ou na suavidade e gestão da potência ao longo de uma longa faixa de regime. Foi precisamente por esse motivo que Alonso, sem perspetivas de regressar aos triunfos, comparou o motor Honda a um motor de GP2, categoria abaixo da Fórmula 1.

Mas, comprovando que os japoneses não têm memória curta, a comunicação de imprensa da Honda aproveitou o recente triunfo de Verstappen no GP da Alemanha para lançar uma farpa ao ex-piloto da McLaren através da rede social Twitter.