Ainda sem certezas quanto ao início da temporada do Mundial de Fórmula 1, começa a ganhar cada vez mais força a possibilidade de o arranque do campeonato se fazer na Áustria, no início de julho, para aquele que será um dos maiores desafios na história da modalidade com corridas a disputar, muito provavelmente, com as bancadas desertas.

Prevista para arrancar na Austrália, no início de março, a temporada de 2020 do Mundial de Fórmula acabou por ser adiada por tempo indefinido depois dos problemas causados pela pandemia de Covid-19, que se alastrou a praticamente todo o mundo e que continua a impossibilitar o estabelecimento concreto de planos para o retomar das atividades em pista.

Alguns dos eventos foram já cancelados (casos da Austrália e do Mónaco), enquanto outros foram adiados para uma eventual data posterior, mas a evolução da situação continua a ser feita quase diariamente, atendendo ao progresso também da situação nos diferentes países, sobretudo na Europa, e das medidas de contenção tomadas localmente para travar os efeitos da pandemia.

Contudo, se o fator saúde pesa bastante, o fator económico começa a pesar também de forma muito significativa, sobretudo no lado das equipas que têm orçamentos mais curtos, com muitas das formações a optarem pelo lay-off do seu pessoal numa medida para reduzir os custos de uma temporada em que as receitas são praticamente nulas – muitas delas decorrentes dos direitos televisivos e dos patrocinadores, também eles afetados pela pandemia.

Neste cenário, o plano que começa a ganhar mais força é o do arranque da temporada em Spielberg, na Áustria, a 5 de julho, tratando-se aliás de um país que tem lidado bastante bem com a situação do novo coronavírus. Isto considerando que o GP de França, em final de junho, ainda por cancelar, deverá sê-lo em breve atendendo às novas normas de confinamento decretadas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

Essa prova seria feita à prova fechada, ou seja, sem público nas bancadas, o mesmo sucedendo depois com as corridas seguintes, falando-se que essas possam decorrer no Reino Unido, no circuito de Silverstone, em duas corridas que tentariam assumir o lugar de outras canceladas.

As equipas e o Presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Jean Todt, estiveram em videoconferência para abordar o potencial arranque da modalidade em julho, mas permanece uma incógnita se as rondas seguintes poderão decorrer com relativa normalidade, uma vez entrando em pleno no verão.