A prova de todo-o-terreno que muitos ainda consideram como a mais dura do planeta está pronta para a sua 41ª edição, que este ano tem bastantes novidades, a mais relevante de todas, a passagem para um formato em que apenas um país é visitado.

Dez anos após a mudança de África para a América do Sul, a prova realiza-se unicamente no Peru. São cerca de 5000 quilómetros, divididos em dez etapas, a maior parte, sendo que a maior parte – quase 70% em desafiante piso de areia e dunas. O Dakar 2019 vai contar com quase uma vintena de portugueses, entre os mais de 530 concorrentes, nos quais se incluem 17 mulheres, o maior contingente feminino em prova desde 2009. Paulo Gonçalves, Joaquim Rodrigues e Mário Patrão, em equipas oficiais na categoria de motos, são alguns dos pilotos portugueses a destacar nesta edição.

João Carlos Costa, conceituado comentador de desportos motorizados e uma das vozes mais conhecidas dos canais Eurosport, explica, em antevisão, o que é que se pode esperar deste Dakar, começando por destacar que “2019 oferece um Dakar mais compacto – menos dias, menos quilómetros – sem que isso belisque o interesse desportivo. Apenas a paisagem será menos variada, muito embora o Peru tenha argumentos mais que suficientes para deixar todos colados ao ecrã, como se viu na edição anterior”.

Para aquele comentador, embora se possa atribuir favoritismos, não se pode encontrar já “um vencedor antecipado. Nos carros, a Peugeot não está representada oficialmente, mas há vários 3008 e 2008 DKR privados, com destaque para os de Sébastien Loeb e Harry Hunt. A Toyota acredita ser capaz de conquistar a primeira vitória na prova, sendo Nasser Al-Attiyah secundado por Giniel de Villiers e Bernhard Tem Brinke. A MINI “recolheu” os ex-Peugeot, Carlos Sainz, Stéphane Peterhansel e Cyril Despres para guiar os Buggy estreados em 2018, enquanto Nani Roma e Orlando Terranova continuam com os Countryman 4×4. O vencedor sairá, quase de certeza, desta dezena de pilotos, aos quais se junta o americano Robby Gordon com um Buggy Trexton, pequeno no tamanho, enorme na ambição”.

Foco nas Motos

A grande parte do contingente luso estará nas Motos, com o destaque para alguns dos concorrentes, como Paulo Gonçalves, cuja prestação é ainda uma incógnita após a operação ao baço, efetuada há cerca de três semanas. Para Costa, “é ainda assim uma das ‘fichas vencedoras’ da Honda, que conta ainda com Joan Barreda e Ricky Brabec para tentar colocar um ponto final em quase duas décadas de vitórias consecutivas da KTM. A marca austríaca tem uma equipa também sem mexidas, com os três últimos vencedores (Matthias Walkner, Toby Price e Sam Sunderland) prontos a bisar, com a ajuda de um “aguadeiro” de luxo na pessoa de Mário Patrão. A Yamaha volta a tentar a vitória e Adrien Van Beveren, Franco Caimi e Xavier de Soultrait mostraram em 2018 que as dunas peruanas podem ser terreno favorável. Esquecer a Husqvarna de Pablo Quintanilla e as Hero de Oriol Mena e do nosso Joaquim Rodrigues jr. será um erro, sendo que as Sherco de Michael e Adrien Metge também são candidatas a entrar na luta”.

Por fim, na sempre interessante batalha dos camiões, o duelo entre Kamaz e a Iveco deverá ter um novo capítulo.

Diariamente, o Eurosport transmite um magazine diário de 30 minutos de duração com os melhores momentos do rali. O resumo da jornada vai para o ar todos os dias, por volta das 22:00.