Na terceira etapa do Dakar 2024, assistiu-se à estreia de Lucas Moraes (Toyota Gazoo Racing) nos triunfos, mostrando-se assim o jovem brasileiro à altura dos desafios deste que é o rali de todo-o-terreno mais duro do mundo. Nas Motos, foi o experiente Kevin Benavides (KTM) a vencer, ao passo que o luso-alemão Sebastian Bühler (Hero) foi forçado a abandonar após uma queda ao km 360.

Começando pelos Autos, num dia que se temia de grande dificuldade, viveu-se um momento histórico para o Brasil, com Moraes a oferecer o primeiro triunfo em etapas para o país da América do Sul, batendo Mattias Ekström (Audi) por apenas nove segundos. Yazeed Al-Rajhi (Toyota Gazoo Racing) fez o terceiro melhor tempo e conseguiu, assim, saltar para a liderança da classificação geral, por troca com Carlos Sainz (Audi), que foi apenas o sexto no dia de hoje e está agora em segundo, a 29 segundos do novo comandante.

Prova complicada para os dois pilotos da BRT Prodrive, devido a furos, com Nasser Al-Attiyah a chegar em quarto e a perder 1m33s depois de furar ao km 404, cumprindo os últimos 30 quilómetros apenas com três pneus, enquanto Sébastien Loeb sofreu ainda mais com os furos e perdeu mais de 23 minutos na linha de meta.

A dupla Vaidotas Zala/Paulo Fiúza (X-Raid MINI) terminou a etapa na décima posição, ao passo que a dupla Gintas Petrus/José Marques (MVSport) terminou em 48º lugar. Após um acidente na etapa de ontem, o espanhol Pau Navarro e o navegador português Gonçalo Reis (X-Raid MINI) abandonaram a prova por lesão do piloto.

Na classe Challenger, a dupla João Monteiro/Nuno Morais (Can-Am) terminou em 14º lugar, a 32m09s do vencedor, enquanto a dupla Mário Franco/Daniel Jordão (Francosport) terminou na 22ª posição, a 1h23m. Ricardo Porém e Augusto Sanz (Can-Am) aparecem em último lugar, com mais de 20 horas de atraso, mas não existem ainda informações quanto à razão.

Nos SSV, grande destaque para o segundo tempo da classe da dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro (Can-Am), gastando mais 4m07s do que o vencedor da tirada, o saudita Yasir Seaidan (acompanhado por Adrien Metge). Fausto Mota (com licença espanhola), a navegar o brasileiro Cristiano Batista, ocupou o quinto lugar.

Na geral, Gerard Farres Guell/Diego Ortega Gil lidera com mais de 15 minutos de vantagem sobre Sara Price/Jeremy Gray, ao passo que Batista e Mota estão em quinto. Já a dupla portuguesa Ferreira/Palmeiro ocupam o sétimo lugar.

Favoritos continuam a ‘cair’

A terceira etapa do Dakar foi marcada pelo abandono de Sam Sunderland (GasGas), que era apontado como um dos favoritos à vitória, depois de sofrer problemas mecânicos após apenas 11 quilómetros. Também Sebastian Bühler não terá uma prova para recordar, já que sofreu uma queda e viu-se forçado a abandonar ao km 360.

Pablo Quintanilla (Honda) terminou a etapa com o melhor ‘crono’, mas foram-lhe apontados excessos de velocidade em zonas de limite e foi penalizado em seis minutos, o que deu o triunfo da etapa a Kevin Benavides (KTM), com 1m11s de vantagem sobre Ricky Brabec (Honda), também penalizado em um minuto, seguindo-se mais dois pilotos da Honda, Adrien van Beveren e o Skyler Howes. Porém, Ross Branch (Hero) mantém a liderança, com 3m11s de avanço sobre Jose Ignacio Cornejo (Honda).

Quanto ao contingente luso, Rui Gonçalves (Sherco) foi o 12º mais rápido, superando assim um dia complicado, enquanto António Maio (Yamaha) foi o 32º, sendo prejudicado por uma penalização de 13m10s, sem a qual teria ficado na orla do top 20. Mário Patrão (KTM) foi o 36º, dando continuidade a uma boa prestação, seguido de perto pelo estreante Bruno Santos (Husqvarna), que foi o 39º mais rápido. Alexandre Azinhais (KTM) ficou em 99º e Gad Nachmani, que corre com licença lusa (KTM) ficou no 114º lugar.

Na geral, Rui Gonçalves é o melhor representante com a bandeira portuguesa, no 15º lugar, ao passo que Maio está em 25º. Seguem-se Patrão (36º), Santos (38º), Azinhais (80º) e Nachmani (94º).