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Dakar: Recorde 40 anos de sorrisos, sonhos e muitas emoções fortes (parte 2)

2010: O Dakar nas dunas chilenas... Nada mais do que beleza incontornável.
2004: Batalha entre pesados. Os camiões da Kamaz tinham descoberto a fórmula dos triunfos e o seu domínio ameaçava tornar-se uma constante. No entanto, no lado opositor, Gerard De Rooy, filho do vencedor da categoria em 1987, Jan De Rooy, apenas no seu segundo Dakar, mostrava que filho de peixe sabe nadar. De nada lhe valeu, já que a vitória final coube mesmo a Vladimir Chagin, ficando De Rooy com o lugar mais baixo do pódio. Mas viria a vencer em 2012 e em 2016.
1988: Perdidos na Argélia. A especial Djanet–Djado tinha o nome 'Inferno' e provou-se à altura dessa designação. Os camiões de reabastecimento não conseguiram chegar aos seus postos e a especial foi cancelada.
1987: Um ano depois da morte de Thierry Sabine, foi em frente à árvore agraciada com o seu nome – onde as suas cinzas foram libertadas – que a etapa número 8 se iniciou, com o pelotão a rumar a Dirkou, na Nigéria. Um formato diferente de partida, com todos alinhados numa zona ampla permitiu que os carros partissem de uma só vez. A potência dos Peugeots de Ari Vatanen e de Shekhar Mehta ficava já aqui à vista. O finlandês viria a conquistar a sua primeira vitória logo na estreia.
2003: Na primeira grande etapa africana da edição 2003 do Dakar, entre Touzer e El Borma, a batalha pelo triunfo era 'assunto' apenas da Mitsubishi, com Hiroshi Masuoka e Stéphane Peterhansel na contenda. Mais atrás, outros protagonistas iam lutando pela sobrevivência, como o antigo vencedor Ari Vatanen, que regressou com a Nissan, ou a estreante Jutta Kleinschmidt, com a Volkswagen. Foram exatamente estes dois últimos aqueles que se deixaram apanhar numa poça mais funda. Ambos viriam a sair das suas dificuldades e a terminar a prova, em sétimo e oitavo, respetivamente, com Vatanen a conseguir ainda engordar o seu pecúlio com mais quatro vitórias em etapas na segunda metade da corrida.
2005: A primeira metade desta etapa maratona, com uma especial de 660 quilómetros no coração do deserto da Mauritânia, mostrou-se bastante dura. Sobretudo, porque o Sara trocou as voltas aos competidores com uma intensa tempestade de areia, nevoeiro cerrado e chuvas fortes. Peterhansel foi um dos poucos que escapou à 'tormenta' relativamente bem, assumindo o comando da prova na sétima etapa. Às nove da noite, apenas cinco carros tinham alcançado o bivouac em Tichit. Muitos ficaram retidos nas dunas sem combustível, enquanto os helicópteros estavam no chão devido às condições, de forma natural. De forma a permitir que os atrasados pudessem retomar a competição, a organização decidiu cancelar a etapa seguinte que levaria até Tidjikja.
2009: Sainz, também conhecido como ‘El Matador’ estava a caminho de obter a sua tão ambicionada vitória no Dakar, confiando no seu Volkswagen, cuja vantagem técnica era relativamente óbvia sobre a Mitsubishi. O espanhol, antigo piloto de ralis, tinha uma enorme vantagem sobre os seus colegas de equipa, mas a três dias do fim um erro na leitura do 'road-book' causou o seu despiste, com o Race Touareg a cair para dentro de um rio seco (e não seria o único, caso não houvesse um alerta de um membro da organização para um dos Mitsubishi. O seu navegador, Michel Périn, ficou ferido e acabaram por ser obrigados a abandonar a prova. O azar de uns é a sorte de outros e o seu companheiro de equipa, Giniel De Villiers, ficou com o triunfo na geral.
1986: Tempestade no deserto do Ténéré. O dia começou de forma normal para as motos e carros, mas após algumas dezenas de quilómetros, o vento e a areia transformaram o horizonte numa mescla de formatos impossíveis de discernir. “Foi uma total e incrível sorte o facto de eu ter conseguido encontrar a Árvore Ténéré” onde o camião de reabastecimento estava localizado, referiu Philippe Drobecq. Esse foi um sortudo, literalmente. Outros participantes andaram perdidos durante cerca de quatro dias. A etapa seguinte das motos foi cancelada. Thierry Sabine teve ainda de dividir os seus esforços entre encontrar os competidores que faltavam, incluindo a nadadora olímpica Christine Caron, e solucionar os problemas mecânicos que impediram os dois helicópteros da organização de levantarem voo.
1987: Um dos relatos mais impressionantes do que é competir – e viver – o Dakar. Cyril Neveu (Honda) e Hubert Auriol (Cagiva) eram os favoritos ao triunfo entre as motos na edição de 1987. Auriol, também conhecido como o 'Africano' pelos seus dois triunfos anteriores com uma BMW, perseguia Neveu, este com quatro triunfos na sua mão. Assim se percebe que era uma luta entre vencedores experientes. Nesta edição, porém, Auriol estava no comando com tudo para vencer, até que na penúltima etapa, a 20 quilómetros da linha de meta, uma queda forte depois de embater num cepo de uma árvore causou fraturas em ambos os tornozelos. De forma heróica, mesmo perdendo todas as hipóteses de vencer a prova, Auriol voltou a montar a sua Cagiva para terminar aquela etapa em Saint-Louis. Aí não só abandonou a corrida, como também a sua participação em motos. Passou para os automóveis e em 1992 tornou-se no primeiro piloto a vencer nas duas e nas quatro rodas.
2015: A experiência é importante no Dakar, mas não evita dissabores. Que o diga Jun Mitsuhashi que, em 2015, participou pela 14ª vez na prova. Um dos pioneiros da participação japonesa ao nível dos pilotos, juntamente com o seu mentor Yoshimasa Sugawara, que abriu o caminho em 1980, Jun iniciou-se nas motos, chegando mesmo a terminar em 12º em 2002. Depois, passou para os Autos, constuindo a sua reputação ao serviço da Toyota Autobody, vencendo cinco títulos na categoria de Produção. O melhor dos seus resultados à geral é o 12º posto em 2011, mas um dos momentos que também marca a sua carreira é o capotamento em 2015, que não impediu, ainda assim, um triunfo na categoria T2 com o Land Cruiser.
2001: Adorado por uns e olhado com desconfiança por outros, Jean-Louis Schlesser havia vencido as duas edições anteriores (1999 e 2000), ganhando a sua reputação devido à criatividade mecânica realizada nos seus buggies e à sua condução agressiva. A sua luta com a equipa da Mitsubishi estava no auge, batalhando taco-a-taco com Hiroshi Masuoka. Caindo na tática de desestabilização criada por Schlesser, Masuoka viria a cometer um erro que o tirou da luta. Já Schlesser recebeu uma penalização por conduta pouco desportiva... entregando a liderança a outro Mitsubishi, o de Jutta Kleinschmidt, que venceu esta edição. Já Masuoka aprendeu uma lição e como manter a calma, vencendo as duas edições seguintes.
1982: Exploradores da cabeça aos pés, os irmãos Claude e Bernard Marreau haviam cumprido diversas travessias de África anteriormente, mas nunca em modo de competição. Quando Thierry Sabine anunciou a criação do Paris-Dakar em 1978 foram dos primeiros a embarcar na aventura, participando nas duas primeiras edições com uma Renault 4L transformada para 4x4 na sua garagem, em Nanterre, nos arredores de Paris. Foi apenas em 1982 que a dupla alcançou o triunfo aos comandos de um Renault 20...

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Em 2018, o Dakar, conhecido como o rali de todo-o-terreno mais difícil do mundo, cumpre a sua 40ª edição, tendo ao longo dos anos diversas histórias de suor, sangue e lágrimas. Umas de alegria, outras de deceção e outras, ainda, de compaixão.

Atualmente centrada no continente sul-americano depois de ter sido afastado do seu terreno africano original, o Dakar tem um peso histórico imenso, havendo muitos momentos inesquecíveis que a própria organização faz questão de recordar em curtos vídeos históricos.

Uma boa altura para recordar nomes históricos como Ari Vatanen, Jutta Kleinschmidt, Bruno Saby, Carlos Sainz ou Stéphane Peterhansel, apenas para citar alguns dos mais emblemáticos intervenientes do Dakar.

Siga este link para ver a parte 1 deste especial.