Comprovando que é fácil passar do ‘céu’ ao ‘inferno’ no Dakar, Sébastien Loeb perdeu hoje mais de 40 minutos depois de ontem ter ganho a etapa. Mas o francês não foi o único a perder o sorriso na terceira etapa do Dakar, que causou os primeiros grandes estragos para muitos pilotos, sobretudo no caso das Motos, categoria na qual a Honda teve um dia para esquecer.

Quem sorriu hoje nos Autos foi o experiente Stéphane Peterhansel (MINI), que venceu a tirada com uma performance sem mácula, deixando Nasser Al-Attiyah (Toyota) em segundo a 3m26s, ao passo que outros favoritos, como Giniel de Villiers (Toyota), Carlos Sainz (MINI) e Loeb, perderam tempo importante na especial. No caso de Sainz e de Villiers, a sua chegada à meta ainda não havia sido concluída às 18h00. O piloto da Toyota viu-se a braços com a mecânica da sua Hilux, enquanto o espanhol danificou severamente uma roda do seu MINI, ficando muito provavelmente pelo caminho.

Foi, com efeito, uma etapa em que a navegação e nevoeiro tornaram a tarefa dos pilotos bem mais complicada, numa prova de que a redução do Dakar a um único país não trouxe consigo uma redução das dificuldades.

Na geral, com todos os acontecimentos de hoje, Nasser Al-Attiyah voltou ao comando depois de ter ocupado essa mesma posição no final do primeiro dia, com 6m48s de avanço sobre Yazeed Al Rahji (X-Raid MINI) e 7m03s sobre o terceiro, Stéphane Peterhansel. Loeb caiu para o oitavo lugar.

Nas Motos, categoria em que figura o grosso do pelotão luso, o dia foi de desastre para a Honda, que viu dois dos favoritos enfrentarem problemas graves. Ricky Brabec perdeu 20 minutos, mas pior foi a notícia do abandono do anterior líder Joan Barreda, preso numa valeta.

Assim, no meio de tanto caos, foi Xavier de Soultrait (Yamaha) o vencedor, com Paulo Gonçalves (Honda) a melhorar hoje a sua prestação e a conseguir obter o sexto melhor tempo. Na geral, subiu agora para nono.

No final da etapa, Soultrait destacou a grande dificuldade proporcionada pelo nevoeiro e adiantou que o “verdadeiro rali começou”, recordando que amanhã irá ‘abrir’ a estrada na etapa maratona, o “que não será fácil”, admite.

Gonçalves fez o sexto melhor tempo do dia, gastando mais 9m31s do que Soultrait, o que lhe valeu uma subida para o nono lugar da geral, agora a 25m11s do novo líder, que é Pablo Quintanilla (KTM), que tem 11m23s de avanço sobre Kevin Benavides (Honda). Também em plano positivo esteve Mário Patrão (KTM), que vai paulatinamente galgando posições: hoje foi 23º da etapa e é já o 20º da geral.

Portugueses aos pares

Sebastian Bühler fez o 41º tempo do dia, ficando à frente de Fausto Mota (45º), Joaquim Rodrigues (46º), António Maio (49º) e David Megre (50º).

Na geral do Dakar, Rodrigues é o terceiro melhor português, com o 31º lugar, havendo ainda mais quatro motards lusos até ao 50º classificado: António Maio é o 37º, logo à frente de Sebastian Bühler, enquanto David Megre é o 43º e Fausto Mota o 44º.