O surto epidémico de coronavírus (ou Covid-19) está também a ter um impacto no desporto motorizado, acompanhando os sinais de preocupação da restante sociedade. No MotoGP, a primeira prova da modalidade rainha, prevista para o Qatar, foi cancelada, enquanto na Fórmula 1, a prova de abertura da temporada, prevista para o próximo fim de semana na Austrália, não prevê alterações, contrariamente ao GP do Bahrein, que será disputado de bancadas vazias.

Prossegue o ambiente de instabilidade e de tensão fruto da epidemia de coronavírus, sucedendo-se os anúncios de adiamentos ou cancelamentos de eventos desportivos. O MotoGP, cuja prova de abertura do campeonato estava prevista para o passado fim de semana no Qatar, acabou por ser cancelada, disputando-se apenas as corridas de Moto2 e Moto3, uma vez que as equipas e pilotos já estavam no local, contrariamente aos de MotoGP.

Mas, na Fórmula 1, apesar de maiores cautelas, o evento promete seguir como planeado, ou seja, com milhares de adeptos esperados nas bancadas. Porém, alguns dos receios estão relacionados com a ‘frota’ italiana do contingente da Fórmula 1, nomeadamente com o pessoal da Ferrari, cuja sede fica numa das denominadas ‘zonas vermelhas’ de Itália, de onde as restrições de circulação são mais severas. Embora, os funcionários da equipa tenham já chegado à Austrália (sujeitos a rigorosos exames médicos à entrada do país), a possível movimentação de peças e componentes poderá ser dificultada na sua região natal, caso sejam necessárias posteriormente.

Também sob natural vigilância estarão os funcionários da Pirelli, fornecedora de pneus de todo o pelotão, e da Scuderia AlphaTauri, ainda fora de ‘zonas vermelhas’. Contudo, com trajetos pelos aeroportos e uma propagação muito feroz em Itália, estarão naturalmente sob vigilância.

Bahrein à porta fechada

Já no Bahrein, o cenário será muito diferente, com as bancadas desprovidas de adeptos pela primeira vez na história da Fórmula 1. O GP do Bahrein, previsto para o fim de semana de 21 e 22 de março, irá realizar-se sem acesso ao público, numa medida de exceção para conter a propagação do vírus respiratório naquele país.