Após uma temporada sem grandes motivos de celebração em pista, a Ferrari apresentou o seu novo monolugar para 2021, o SF21, que se destaca por algumas diferenças aerodinâmicas e por uma decoração que evidencia os novos tempos ‘verdes’ sem esquecer as raízes do passado.

O SF21 é o 67o monolugar a ser produzido pela Ferrari com destino à Fórmula 1, sendo uma evidente evolução do malfadado SF1000, como ditam os regulamentos para 2021, mas a equipa italiana tentou trabalhar nos aspetos que eram claramente mais negativos, nomeadamente na unidade de potência – que tinha um défice de potência face às unidades rivais – e na aerodinâmica. Se o chassis é o mesmo de 2020, o objetivo foi melhorar as áreas permitidas, como o motor, que é totalmente novo, encaixando numa secção traseira também muito diferenciada, mais esguia e compacta.

Referindo-se ao novo monolugar e à decoração ligeiramente distinta dos modelos do passado, Mattia Binotto, diretor da equipa, explicou que “a traseira é reminiscente do vermelho borgonha do primeiro Ferrari, o 125 S. Mas à medida que nos movemos para a área do cockpit, transforma-se no vermelho moderno que temos usado nos anos mais recentes. Esta época apresenta-nos muitos desafios e através desta decoração, visualmente, recomeçámos face ao passado e caminhamos para o futuro”. Nessa mesma caminhada, não é esquecido um elemento verde como parece ser agora o requisito para a indústria automóvel, com o logótipo da patrocinadora Mission Winnow em verde.

Quanto às melhorias do chassis, Enrico Cardile, responsável por aquela área, explica que “quando começámos o projeto do SF21, a nossa primeira tarefa foi identificar em que área do carro nos devíamos focar para alcançar uma mudança radical. Optámos pela secção traseira, desenhando uma nova caixa de velocidades e uma nova suspensão. Isso, em adição aos esforços dos nossos colegas da unidade de potência levaram-nos a ter uma traseira muito mais compacta”.

Além disso, foram melhoradas áreas como a refrigeração e a aerodinâmica, procurando recuperar a carga perdida com os novos regulamentos, que procuram limitar a velocidade de passagem em curva e o esforço para os pneus Pirelli. Por outro lado, os engenheiros da marca tentaram limitar o efeito de arrasto, que foi uma das queixas dos pilotos no ano passado. Na dianteira, registo para o novo desenho do nariz, sendo a suspensão a mesma do SF1000.

O carro estreia-se amanhã em pista no circuito do Bahrein para um dia de filmagens, no qual poderá cumprir 100 quilómetros para utilização de imagens para os patrocinadores e redes sociais. Na temporada de 2021, as cores da Ferrari serão defendidas pela dupla mais jovem desde 1968, Charles Leclerc, que transita da formação do ano passado, e Carlos Sainz Jr, que se junta este ano à formação de Maranello depois de uma excelente temporada ao serviço da McLaren.
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