Apesar de se disputar à noite, o GP do Catar contou com temperaturas exteriores acima dos 30º C e humidade ambiente em torno dos 75%, o que aliado ao esforço exigido pela pilotagem provocou muitas dificuldades físicas aos pilotos.
O americano Logan Sargeant, da Williams, abandonou mesmo a prova devido ao esforço imenso e a um elevado estado de desidratação, enquanto Esteban Ocon, da Alpine, admitiu que vomitou no capacete devido às mesmas circunstâncias, embora tenha terminado a corrida. Mas estes não foram os únicos casos: outros pilotos admitiram que passaram mal nos instantes a seguir a deixarem o carro, quase desmaiando de cansaço, apelidando esta corrida de “brutal” para o corpo.
A FIA já reagiu e admite que está a avaliar soluções para que o problema não se repita no futuro, colocando em perigo os pilotos.
“A FIA nota com preocupação que a temperatura e a humidade extremas durante do GP de Fórmula 1 do Catar de 2023 teve um impacto no bem-estar dos pilotos. Embora sejam atletas de elite, não se deve esperar que compitam em condições que possam por em causa a sua saúde e segurança”, referiu a FIA em comunicado emitido entretanto.“A FIA deu início a uma análise à situação no Catar para fornecer recomendações para situações futuras de temperaturas extremas. Deve ser notado que, embora a edição do próximo ano do GP do Catar está agendada para uma fase mais tardia do ano, quando são esperadas temperaturas mais baixas, a FIA prefere tomar ações materiais agora para evitar a repetição deste cenário. Um número de medidas será discutido na próxima comissão médica em Paris”.
“Essas medidas podem incluir diretrizes para os competidores, a procura de modificações para um fluxo de ar mais eficiente para o cockpit e recomendações para mudanças no calendário para se alinharem [as provas] com condições climatéricas mais favoráveis”, especificou a FIA, admitindo ainda que poderá ter em conta os ensinamentos de outras modalidades mais acostumadas a temperaturas extremas, como o todo-o-terreno.