A Nissan e.dams está apostada em dar continuidade aos bons resultados dos últimos anos na Fórmula E, preparando já a sétima temporada nos testes em Valência. A equipa terminou o sexto campeonato na mó de cima e agora a perspetiva é manter-se na linha da frente entre os candidatos ao título.

Para o arranque da temporada de 2020/2021, a Nissan e.dams irá recorrer a uma estratégia que outras marcas já assumiram, como a DS Techeetah do campeão António Félix da Costa, começando a época com o mesmo carro do ano passado, mas apenas ligeiras alterações enquanto preparam a introdução de um novo carro, previsto para o início da temporada europeia, esperançosamente, em Roma (Itália).

“Vamos ter uma nova unidade motriz, que deverá ser estreada em Roma, como está previsto no calendário. Esta flexibilidade foi-nos dada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) no final do ano passado, não seremos os únicos a fazê-lo, por isso, para estas quatro corridas vamos usar o mesmo carro”, referiu Tommaso Volpe, diretor das operações globais da Nissan Motorsport, em conferência de imprensa virtual na qual o Motor24 esteve presente

Pelotão muito renhido

A época terminou e prepara-se para começar sob o espectro do novo coronavírus, que obrigou a um final de temporada bastante condensado em Berlim, no Aeroporto de Tempelhoff, com seis corridas seguidas em ambiente muito controlado. É neste mesmo clima, enquanto se aguarda por uma melhoria substancial das condições sanitárias, que a sétima temporada se apresta a iniciar.

“Foi um final muito intenso e tivemos de parar um pouco para recuperar, mas apenas o suficiente para começarmos a preparar rapidamente estes testes, que têm decorrido bastante bem e estamos muito confiantes para a temporada sete da Fórmula E”, explicou Volpe, adiantando que o “objetivo é estar entre as candidatas ao triunfo” de forma corrente.

Para Oliver Rowland, que terminou em quinto lugar na temporada passada, foi também importante “recuperar e retemperar energias”, aproveitando para descansar após a final de Berlim. “Estar de volta ao carro é ótimo. O carro é o mesmo, já o conhecemos bem, mas temos espaço para melhorar. Vai ser uma temporada muito renhida e vai ser ainda mais difícil este ano, com toda a gente muito perto”, afirmou.

Mas a situação da Covid-19 continua a ser uma incógnita: “É um momento muito difícil, mas como equipa, como grupo, organizámo-nos da melhor forma possível. Há muitas restrições, mas a resposta da equipa foi muito boa. Da minha parte, foi muito difícil marcar presença no simulador da equipa, mas estou sempre em contacto sobre os novos desenvolvimentos. Esperemos que no caminho para o Natal, as restrições sejam menores e possamos voltar ao simulador”, complementou o piloto que ficou em quinto lugar na temporada seis.

Para este ano, Rowland admite uma abordagem diferente, fruto da maior experiência recolhida: “este ano sei mais, tenho mais experiência e uma abordagem diferente. Estou mais calmo, sei onde tenho de melhorar e o que fazer. Temos de fazer tudo bem nesta temporada. Sei que vai ser renhido. Basta olhar para os tempos dos testes de pré-temporada”. Sobre estes ensaios no circuito de Valência, que volta a albergar todas as equipas para os últimos acertos antes do arranque oficial, o piloto britânico explica que se trabalha essencialmente para melhorar alguns pontos importantes.

“Já estávamos bastante satisfeitos com a nossa forma no ano passado, mas há muitas coisas que queremos melhorar, como a eficiência ou a geometria das suspensões. A base é boa, mas sabemos para onde queremos ir. Há apenas um conjunto de pequenas coisas que podemos mudar na Fórmula E, mas acredito que temos um bom conjunto”.

Num detalhe curioso que pretende tornar o elo entre competição e estrada pública mais estreito, Volpe revela que cada um dos carros tem este ano o nome de um dos modelos elétricos da Nissan, o Leaf e o Ariya, para os carros com os números 22 e 23, respetivamente.

“Uma lembrança de que somos uma marca com uma forte ligação aos veículos elétricos. Estamos a celebrar estes dois produtos fantásticos”, assumiu Volpe.

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