Foi preciso esperar pelas duas últimas voltas do GP da Grã-Bretanha de Fórmula 1 para se ter drama na quarta prova da temporada, disputada em Silverstone e que teve em Lewis Hamilton (Mercedes-AMG) o vencedor. Com efeito, o piloto britânico fez metade da última volta com um furo num pneu do seu carro e por pouco não deixou escapar o triunfo.

Ao vencer em Silverstone, Hamilton tornou-se no piloto de Fórmula 1 com mais vitórias no Grande Prémio ‘caseiro’, ao vencer na Grã-Bretanha pela sétima vez, cumprindo as 52 voltas com o holandês Max Verstappen (Red Bull) a ficar a 5,856 segundos e o monegasco Charles Leclerc (Ferrari) a 18,474 segundos, na terceira posição.

A corrida foi, na sua grande parte, monótona no que toca à luta pelos lugares cimeiros, tendo essa mesma monotonia sido interrompida por duas vezes, devido aos acidentes de Kevin Magnussen (Haas), primeiro, e de Daniil Kvyat (Alpha Tauri), depois, que fizeram entrar o ‘safety car’ que reagrupou o pelotão.

As ‘escaramuças’ mais ativas iam sendo pelo oitavo lugar e envolviam o australiano Daniel Ricciardo (Renault), o britânico Lando Norris (McLaren) e o espanhol Carlos Sainz (McLaren).

No entanto, a duas voltas do final tudo se alterou. O pneu dianteiro esquerdo do finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), que até então tinha sido um fiel escudeiro de Hamilton, cedeu na reta da meta, obrigando o piloto finlandês a perder muito tempo até entrar nas boxes já que teve de cumprir uma volta completa. Com isso, caiu do segundo lugar que ocupou toda a corrida até ao 11º, falhando no seu derradeiro ataque ao décimo posto, que acabou por ficar com o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari.

Logo a seguir foi o espanhol Carlos Sainz a furar também o pneu dianteiro esquerdo do seu McLaren e a afundar-se até ao 13º posto final.

Antecipando qualquer eventual problema do género, o então terceiro classificado, Max Verstappen optou por entrar nas boxes para trocar os quatro pneus e tentar amealhar o ponto extra pela volta mais rápida. Uma decisão que lhe custaria a vitória, pois Lewis Hamilton também sofreu um furo na roda dianteira esquerda meio da última volta.

Sem possibilidades de regressar às boxes, o piloto britânico ‘rezou’ para conseguir terminar em primeiro.

“Tentei perceber se ainda faltava muito. Nunca vivi nada assim na última volta. O meu coração quase parou”, admitiu o piloto da Mercedes nas entrevistas após o final da corrida.

Com cerca de meio minuto de vantagem para Verstappen antes do furo, Hamilton conseguiu cortar a meta com 5,856 segundos de vantagem para o holandês, que ficou mesmo com a volta mais rápida. Leclerc foi um surpreendente terceiro classificado ao volante do Ferrari, embora a sua prova tenha sido bastante solitária enquanto Ricciardo ficou com o quarto posto, num ótimo resultado para a Renault, tanto mais que o seu colega de equipa, Esteban Ocon, ficou em sexto, ‘ensanduichando’ o McLaren de Lando Norris, quinto noutra prova excelente.

Pierre Gasly, da AlphaTauri, foi o sétimo classificado, enquanto Alexander Albon terminou em oitavo lugar depois do seu incidente com Magnussen logo na primeira volta. Lance Stroll, num fim de semana que prometia muito para a Racing Point, cortou a meta apenas em nono, à frente de Vettel.

Nico Hulkenberg (Racing Point), chamado de urgência para substituir o mexicano Sergio Pérez, que acusou positivo à covid-19, nem sequer arrancou, devido a um problema no motor do seu monolugar.

Hamilton chegou às sete vitórias no grande prémio caseiro, um novo recorde. O campeão mundial, que persegue um sétimo título esta temporada, soma, agora, 88 pontos, mais 30 do que Bottas, e 36 do que Verstappen e parte como principal favorito à corrida da próxima semana, outra vez em Silverstone.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.