A estreia da Fórmula 1 no circuito de Mugello, em Itália, revelou-se pródiga em incidentes numa corrida que teve o vencedor de sempre, Lewis Hamilton, secundado pelo seu colega de equipa Valtteri Bottas, e duas interrupções devido a acidentes. Na prova que celebrava o seu 1000º Grande Prémio, a Ferrari não foi além da oitava e da décima posição.

No circuito italiano de Mugello, pela primeira vez em 2020 com alguns adeptos nas bancadas, a corrida voltou a ser dominada pelos Mercedes-AMG, com Hamilton a bater o seu colega de equipa na batalha interna, depois de ter começado a prova na segunda posição, sendo ultrapassado por Bottas na partida.

Porém, um acidente logo após a primeira curva – que deixou fora da corrida o Red Bull de Max Verstappen e o AlphaTauri de Pierre Gasly num incidente que envolveu ainda o Alfa Romeo de Kimi Raikkonen, embora este tenha continuado – obrigou à entrada do safety car, que controlou as primeiras oito voltas, com Bottas à frente de Hamilton e de Charles Leclerc (Ferrari), que efetuou um excelente arranque.

Quando o safety car reentrou nas boxes, Bottas controlou o ritmo do reinício até ao limite já na reta da meta, levando a que alguns dos outros pilotos tenham sido apanhados desprevenidos a pensar que a corrida já havia sido ‘lançada’ pelo comandante. Desse acidente resultaram mais quatro abandonos – os de Carlos Sainz (McLaren), Kevin Magnussen (Haas), Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) e Nicholas Latifi (Williams). Com imensos destroços em pista, a direção de corrida viu-se obrigada a mostrar a bandeira vermelha para interromper a prova.

No reinício, uma vez mais com arranque parado, foi a vez de Hamilton ser melhor do que Bottas, assumindo a liderança que não mais largou até final, mesmo quando houve nova interrupção, a 14 voltas do fim, devido a um despiste violento de Lance Stroll (Racing Point), que destruiu não só o seu carro como as barreiras de pneus, o que levou à necessidade de parar a competição.

Sem dificuldades e controlando o ritmo de Bottas, que ainda chegou a cair para terceiro depois de na terceira partida ter sido ultrapassado por Daniel Ricciardo (Renault), Hamilton manteve-se longe do alcance do seu colega de equipa até final. Este, por sua vez, não perdeu tempo a desembaraçar-se do australiano, mas a batalha pela liderança estava perdida, com Hamilton a registar a 90ª vitória da sua carreira, ficando a apenas uma de igualar o alemão Michael Schumacher.

O terceiro lugar ficou com Alex Albon (Red Bull), que ultrapassou Ricciardo também nas últimas voltas, obtendo assim o seu primeiro pódio da carreira. Ricciardo ficou em quarto, falhando o pódio por pouco, enquanto o Racing Point de Sérgio Perez ficou com o quinto lugar, à frente de Lando Norris (McLaren). Daniil Kvyat (AlphaTauri) foi o sétimo, ao passo que Kimi Raikkonen cruzou a meta em oitavo, à frente dos dois Ferrari de Charles Leclerc e de Sebastian Vettel, mas uma penalização de cinco segundos (adicionados ao tempo final) levou-o a cair uma posição, ficando a separar os monolugares italianos de Maranello.

Se Leclerc ainda rodou na terceira posição na fase inicial, fruto de um bom arranque, rapidamente perdeu posições, acabando também por não ser beneficiado pelas situações de bandeiras vermelhas perante a sua estratégia de mudanças de pneus. Já Vettel nunca mostrou andamento para entrar nos dez primeiros, embora tenha sido beneficiado pelos muitos abandonos para registar um magro ponto no final da prova.