Foi preciso esperar até às voltas finais para se descobrir o vencedor do GP do Bahrein, após uma luta de ‘nervos’ entre Lewis Hamilton (Mercedes-AMG) e Max Verstappen (Red Bull), com o britânico a levar a melhor após um período final a que foi sujeito a imensa pressão por parte do holandês.

A corrida decidiu-se em pista após uma outra batalha estratégica nas boxes. Com pneus duros mais gastos, tendo parado mais cedo para a sua última parte da corrida, Hamilton resistiu à aproximação final de Verstappen, com a vantagem de pneus duros mais ‘frescos’ mas com a tarefa de recuperar cerca de nove segundos de desvantagem. A três voltas do final, Verstappen conseguiu superar o britânico à entrada da curva 4, mas à saída da mesma não evitou que o seu carro passasse os limites da pista, cedendo de novo a posição a Hamilton que, depois, não mais deixou que Verstappen tentasse nova ultrapassagem.

Com uma excelente prestação, Hamilton começa a temporada de 2021 da melhor forma, com um triunfo bastante importante depois de uma pré-temporada e dos treinos deste fim de semana terem mostrado que a Red Bull tem armas iguais para lutar com a Mercedes-AMG. Para Verstappen acabou por ser um resultado desapontante, atendendo a que partiu para a corrida da pole position e liderou todos os treinos do fim de semana, parecendo ter a vantagem para a prova. Porém, a sua corrida também não esteve isenta de problemas, já que nas primeiras voltas, quando liderou, apresentou queixas constantes relativas ao diferencial do seu Red Bull.

Na terceira posição ficou Valtteri Bottas, no segundo Mercedes-AMG, mas nunca parecendo em posição de lutar com o duo da frente. A ‘machadada’ final nas aspirações do finlandês deu-se na derradeira paragem nas boxes, quando um problema na substituição do pneu dianteiro direito levou a que ficasse parado mais nove segundos do que o necessário. Ainda assim, uma paragem nas boxes na penúltima volta garantiu-lhe pneus frescos para conseguir a volta mais rápida e um ponto suplementar.

Na quarta posição ficou o McLaren de Lando Norris, que chegou a essa posição ainda na primeira parte da prova e aí permaneceu ao longo de toda a corrida, enquanto Charles Leclerc terminou em quinto com o Ferrari, fazendo jogo muito semelhante com o britânico da McLaren. Ainda assim, nas voltas finais, o monegasco da Ferrari viria a ter de ceder a quinta posição a Sérgio Perez (Red Bull), que tinha pneus mais frescos no seu carro, ‘salvando’ dessa forma uma prestação que começou da pior forma – o mexicano viu o seu monolugar sofrer uma perda completa de eletricidade na volta de formação. Ainda assim, conseguiu reiniciar o seu carro e, graças à volta de formação suplementar que o mau posicionamento do carro de Perez obrigou, pôde partir para a prova da via das boxes.

Daniel Ricciardo ficou com o sétimo lugar, na sua estreia com a McLaren, também sempre muito perto de Norris e de Leclerc, acabando por ceder, tal como este último ao ataque tardio de Perez. Carlos Sainz foi oitavo na sua estreia com a Ferrari, ao passo que Yuki Tsunoda (AlphaTauri) esteve em ótimo plano na corrida de estreia na Fórmula 1 ao terminar na nona posição, garantindo pontos para a sua equipa e compensado o ‘azar’ de Pierre Gasly, que havia começado de quinto, mas que nas primeiras voltas deu um toque na traseira de Ricciardo e danificou a asa dianteira do seu carro, caindo para a última posição (viria a abandonar a cinco voltas do final).

Lance Stroll (Aston Martin) ficou com o derradeiro lugar pontuável, após uma série de grandes batalhas que são já usuais no meio do pelotão.

Nota para o abandono do regressado Fernando Alonso (Alpine), com problemas de travões no seu carro, tendo sido uma constante na luta pelos últimos lugares pontuáveis enquanto esteve em prova. Péssima estreia para Nikita Mazepin (Haas), que abandonou depois de um pião na terceira curva da primeira volta, obrigando à entrada em pista do safety car. Curiosamente, após o safety car, o outro carro da Haas, pilotado por Mick Schumacher, não evitou um pião na curva seginte e também sozinho, mostrando que o monolugar americano não exibe boas competências no plano dinâmico. O alemão viria a terminar a corrida em último.