O CEO da Williams Racing deu uma entrevista exclusiva à Eleven, na qual, entre diversos temas, falou do seu lado pessoal, nomeadamente o lado de “racer” e dos seus tempos áureos nos ralis. Sem esquecer os planos para a Williams no futuro, abordou o presente da equipa, da dupla de pilotos, George Russell e Nicholas Latifi, e falou sobre o legado de Sir Frank Williams.
Aos 62 anos, este engenheiro alemão, natural de Neunkirchen, assumiu o seu maior desafio na carreira, ingressando na Williams Racing em dezembro de 2020, assumindo a total responsabilidade pela administração do dia-a-dia da empresa e reportando ao Chairman da Williams, Matthew Savage. Anteriormente Capito desempenhou papeis de relevo na Volkswagen Racing, tendo passado pela McLaren, Ford, Sauber, Porsche e BMW.
Capito iniciou a sua carreira nos desportos motorizados nos anos 70 e chegou a vencer o Paris-Dakar em 1985, na categoria de camiões, com o seu pai, Karl-Friedrich Capito num Mercedes Unimog. Enquanto Diretor de Desportos Motorizados da Volkswagen, Jost Capito foi responsável por sucessivos títulos de Pilotos e Construtores obtidos no WRC com o projeto do Polo.
No passado fim de semana, no GP do Mónaco de Formula 1, a Williams Racing comemorou a sua 750ª corrida, tendo a primeira corrida sido disputada no GP de Espanha de 1977. Desde essa data a Williams já venceu 114 Grandes Prémios, subiu por 312 vezes ao pódio, conquistou nove títulos de Construtores e sete títulos de Pilotos.
“Não é a mesma equipa, porque não foi a mesma entre 1977 e o ano passado. Foi sempre evoluindo. Mas o espírito da equipa e a tradição da família, o sentimento de família dentro da equipa, isso mantém-se desde 1977 e vai continuar”, assegura o responsável da equipa britânica, que tem em George Russell um dos seus maiores trunfos. “Seria muito bom se o pudéssemos manter, mas se a Mercedes o quiser, ele é um piloto Mercedes, não faremos nada contra a sua ida para o melhor carro da grelha. Porque ele merece-o”, explica. A prestação no ano passado em substituição de Lewis Hamilton no GP do Bahrein chamou bastante atenção e Capito está ciente de que o seu futuro está dependente da marca alemã.
Mas, há também uma história curiosa com Kimi Raikkonen, piloto que se estreou na Sauber e que teve em Jost Capito o responsável pela oportunidade recebida nos carros de Hinwill. Sobre o piloto finlandês, Capito lembra que viu “algo nos seus olhos que me disse que era o piloto que tínhamos de ter no nosso carro. Então o Peter [Sauber, chefe da equipa] ofereceu-lhe o lugar de piloto de testes porque ele não tinha feito muitas corridas antes e ele respondeu – ‘Peter, eu não sou um piloto de testes, sou um piloto de corridas e prefiro correr na Fórmula Renault!’, Foi assim, ele tinha 19 anos e foi tão impressionante que o adorei desde o primeiro dia. E é um amor que continua!”.
Abordando o seu passado no mundo de ralis, Capito destacou a importância dos mecânicos de ralis portugueses, chegando mesmo a declarar que “os portugueses são os melhores mecânicos de ralis do mundo, são tão apaixonados”.