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Os números do sucesso de uma equipa de topo do WRC

Ainda que tenha surgido no Mundial de Ralis (WRC) alguns anos antes, a Citroën apenas ingressa a título oficial e completo na competição em 2003, com o Xsara WRC e quatro pilotos: Sébastien Loeb, Colin McRae, Carlos Sainz e Philippe Bugalski. Pelo caminho, 'falharam' 2006 (embora tivessem uma equipa semi-oficial enquanto desenvolviam o C4 WRC) e 2016 (já a pensar no novo C3 WRC).
O Citroën C3 WRC de competição tem por base o modelo de produção em série, mas fundamentalmente as diferenças são imensas. Totalmente desenhado pelos engenheiros da marca, tem um peso em 'seco' de 1190 kg e pronto a competir de 1350 kg. Conta com motor 1.6 turbo com 380 CV e regista um consumo médio que varia entre os 62 e os 80 l/100 km! A carroçaria é feita em carbono e kevlar para redução de peso, incremento da rigidez e da segurança.
Nas provas europeias, a equipa que vai ao terreno é composta por 60 pessoas, reduzindo-se para 40 no estrangeiro. O CEO da Citroën World Rally Team é Pierre Budar. Cada piloto tem um engenheiro com quem analisa os dados do carro, havendo ainda outros engenheiros-chefe para áreas como o motor, suspensão e dados. 
Nas áreas de serviço, apenas cinco mecânicos estão autorizados a tocar no carro, estando identificados pela braçadeira verde. O controlo desta regra - bem como a de outras do regulamento técnico - é efetuado por um inspetor da Federação Internacional do Automóvel (FIA) presente em cada 'boxe'.
Um autêntico castelo em potência. São precisos três dias de trabalho para montar toda a infraestrutura necessária para o fim de semana de competição. No total, são seis os camiões utilizados nas provas europeias, havendo, por exemplo, um camião para a cozinha, outro para os pilotos (no qual podem fazer recuperação física e as suas refeições), um para a área de hospitalidade, um para transporte dos carros de prova e de reconhecimento (depois convertido em arrumo de peças e de pneus) que surge alinhado com um outro para o transporte de ferramentas e, por fim, um sexto camião para o trabalho dos engenheiros.
Cada conjunto de pneu e jante para piso de terra tem um peso de cerca de 25 kg (um pouco menos no caso das rodas de asfalto), sendo que cada equipa deve certificar-se ao máximo que nunca deixa um pneu numa especial. A multa por falhar nessa missão pode ascender a um milhão de euros: embora pareça excessivo, este valor é visto como uma garantia para que a tecnologia empregue nos pneus pela Michelin não seja desperdiçada e deixada ao acaso nas classificativas. 
Nas especificidades técnicas, além de haverem provas interligadas para alguns componentes - o de Portugal e o da Sardenha estão 'ligados', pelo que os mesmos componentes devem ser usados em ambos -, existe ainda a limitação a três motores por ano, sendo que um quarto motor a utilizar por um piloto implica a sua desqualificação.
A Citroën conta com duas equipas de mecânicos. Além da equipa que acompanha os pilotos nas competições do Mundial de Ralis, há ainda uma segunda formação dedicada apenas para testes em Sartory, França. No total, a equipa dispõe de 45 dias de testes para os seus pilotos na Europa.

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Preparar um rali numa equipa de topo da tabela, como é o caso da Citroën Racing, exige atenção a muitos detalhes, cada um deles de significativa importância para o correto funcionamento de uma estrutura eficiente e competitiva.

É possível que escape a muitos dos espectadores ou aficionados que veem pela televisão ou que observam na ‘Vila do WRC’ toda a azáfama em torno dos carros durante as assistências técnicas.

Uma batalha contra o tempo, na maior parte das vezes, quer durante os troços, quer nos momentos permitidos para a reparação de eventuais problemas mecânicos ou estéticos ou, noutros casos, apenas acertos de afinação e de limpeza estética.

Aqui ficam alguns números importantes que mostram a atenção colocada por detrás de uma estrutura profissional, como é o caso da Citroën Racing, formação que luta pelo título de pilotos e de construtores, pode ter um grande impacto na obtenção de um resultado final muito positivo.