M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Danica Patrick foi um fenómeno raro na história do desporto automóvel, por ter sido uma mulher que triunfou num meio que continua a ser tradicionalmente masculino. A piloto americana foi a única a vencer uma prova do campeonato IndyCar, ganhando fama no seu país de origem, e também um pouco por todo o mundo, mas hoje, dentro de poucas horas, vai completar a última corrida da sua carreira, nas 500 Milhas de Indianapolis.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Em termos de sucesso, Patrick entrou para uma lista reservada, de mulheres que triunfaram a um nível superior de competição automóvel. É o caso de Jutta Kleinschmidt, vencedora do Rali Paris-Dakar, Ellen Lohr, vencedora no DTM, e Michèle Mouton, vice-campeã mundial de ralis. Na Fórmula 1, nunca nenhuma mulher foi tão bem sucedida. Mas Danica conseguiu transformar a sua vitória numa popularidade junto do público generalista de um modo que as suas antecessoras nunca conseguiram, tornando-se capa da revista Sports Illustrated e aparecendo regularmente nos talk shows das principais cadeias televisivas dos Estados Unidos.

Nascida em 1982 no interior dos Estados Unidos, Danica Patrick chegou a sonhar ascender à Fórmula 1, correndo na Fórmula Ford no Reino Unido, mas teve que regressar a casa por não ter conseguido juntar patrocínios para correr deste lado do Atlântico. Mas as suas performances foram suficientes para atrair a atenção do lendário piloto Bobby Rahal, que na época já se tinha reformado como piloto e estava a gerir a equipa Jaguar de F1. Assim, Rahal colocou-a na sua equipa júnior, na Fórmula Atlantic, e embora não tenha vencido nenhuma corrida, três pódios e uma consistência ímpar, em que terminou todas as corridas no top 10 em 2004, foi suficiente para a elevar à IndyCar com um contrato de três anos.

Michael Andretti, rival de Rahal desde o tempo em que ambos eram pilotos, comprou o contrato e manteve-a na sua própria equipa durante cinco anos. E foi na segunda temporada que Danica conseguiu o seu melhor resultado, vencendo a prova da IndyCar no Japão, na pista de Motegi, em 2008, onde Danica teve a melhor estratégia de paragens. Mas o interesse dos media e dos patrocinadores levou-a para a NASCAR, onde se concentra grande parte do dinheiro nas corridas americanas. A NASCAR sempre foi uma competição mais tradicional, e Danica foi alvo de críticas constantes. Mas a sua primeira temporada começou bem, em 2013, começou bem, com um oitavo lugar na Daytona 500. Patrick ficou na NASCAR durante cinco temporadas, mas embora tenha conseguido terminar no top 10 em sete ocasiões, o seu estilo de condução, oriundo dos monolugares, não foi suficiente para lutar pelas vitórias.

Este ano, Danica Patrick anunciou que iria terminar a sua carreira por estar a planear tornar-se mãe. Assim, participou apenas na Daytona 500, no início do ano, para a sua despedida da NASCAR, e regressou à IndyCar para fazer a sua despedida final na Indianapolis 500, com o seu patrocinador histórico, a firma de serviços de internet GoDaddy. Integrada na Ed Carpenter Racing, foi sétima na qualificação, o que a coloca como séria candidata à vitória, com 36 anos de idade.

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