Para celebrar o 70º aniversário do seu primeiro triunfo na Fórmula 1, a Ferrari procedeu ao restauro minucioso do 375 F1 semelhante àquele com que José Froilan González levou a marca italiana ao lugar mais alto do pódio no GP da Grã-Bretanha de 1951. Foi precisamente no circuito de Silverstone, o mesmo da glória inicial, que a Ferrari voltou a colocar o antigo monolugar em ação, com Charles Leclerc ao volante.

O histórico monolugar com que Enzo Ferrari celebrou o seu primeiro triunfo na Fórmula 1 foi submetido a extenso trabalho de restauro no departamento de automóveis clássicos da marca, o Ferrari Classiche, no qual são respeitados a preceito os mais pequenos detalhes para manter os veículos fiéis à sua época.

O 375 F1 que foi este fim de semana apresentado novamente em Silverstone foi despido totalmente e revisto, com diversos dos componentes a serem ainda os originais de 1951, o que diz bem da durabilidade dos materiais da época. Por outro lado, aqueles que por diferentes fatores, tiveram de ser substituídos respeitaram igualmente os padrões da época original, com a marca a dispor de todos os registos históricos de produção e dos diferentes métodos de construção do modelo. É no arquivo da Ferrari Classiche que estão todos os registos e dados-chave dos Ferrari desde 1947, incluindo o desenho original.

Também o motor V12 (criado pelo engenheiro Aurelio Lampredi) foi completamente revisto, assim como os componentes da caixa de velocidades, num trabalho meticuloso que a Ferrari documentou em vídeo. No motor, a marca detalha que não foram usados processos mais modernos do que os da época, pretendendo assim manter a herança e o peso histórico deste monolugar.

O 375 F1 restaurado não pertence ao erário da marca italiana, mas antes à coleção de um privado que permanece no anonimato, mas no circuito britânico, antes da corrida, o monegasco Charles Leclerc, atual piloto da Scuderia na Fórmula 1, não se coibiu de levar o histórico exemplar a altas rotações, mostrando como evoluiu a modalidade nas suas sete décadas. Sem cintos de segurança, sem elementos de segurança passiva ou ativa, o 375 F1 atingia já velocidades impressionantes para a sua era, representando, para a Ferrari, o início de uma história de sucesso.

Para Leclerc, noutra curiosidade, ficou a sensação ‘amarga’ de não ter conseguido fazer aquilo que Fernando Alonso conseguiu antes de si quando pilotou esta mesma máquina no dia da corrida em Silverstone: vencer. Porém, o monegasco ficou perto – tendo liderado praticamente toda a corrida, apenas foi superado por Lewis Hamilton (Mercedes) na antepenúltima volta.

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