As estradas impiedosas da Grécia receberam o Rali da Acrópole, prova a contar para o Mundial de Ralis (WRC), com Kalle Rovanperä (Toyota GR Yaris) a ser o vencedor, provando uma vez mais que a consistência e velocidade podem andar de mãos dadas para superar todas as armadilhas dos troços gregos.

Num ano em que a Grécia tem sido afetada por incêndios inclementes e, mais recentemente, também por chuvadas intensas que causaram grandes inundações, o Rali da Acrópole não escapou à tradição de ser uma das provas mais duras do calendário, com diversos incidentes e problemas a afastarem, de forma gradual, muitos dos candidatos ao triunfo.

Exemplos disso foram Sébastien Ogier (Toyota GR Yaris) e Thierry Neuville (Hyundai i20 N) que chegaram a passar pelo comando ao longo da etapa de sábado apenas para se verem afetados por problemas diferentes – causados pelos ardilosos pisos gregos – que resultaram no seu afastamento da luta pelas posições cimeiras.

Como sempre, em ralis tão desafiantes como este, o vencedor foi aquele que cometeu menos erros e teve menos problemas: Kalle Rovanperä. O piloto finlandês aproveitou as desventuras dos seus rivais diretos e consolidou as suas chances de vencer o campeonato, abraçando também a sorte da liderança que lhe ‘caiu’ em mãos no final do sábado e mantendo apenas a sua postura cautelosa para o domingo (último dia), para o qual partiu com dois minutos de avanço sobre o colega de equipa Elfyn Evans, que terminou a 1m31,7s de diferença.

O fim de semana de Kalle Rovanperä foi ainda sublinhado pela conquista dos cinco pontos suplementares na Wolf Power Stage, última classificativa que também atribui pontos suplementares.

Evans (Toyota GR Yaris) ficou em segundo depois de levar a melhor sobre o espanhol Dani Sordo(Hyundai i20 N) numa batalha que durou até à última especial, com vantagem para o galês. Os dois terminaram separados por apenas 4,2 segundos no final dos quatro dias de prova. A segunda posição foi importante para Evans não deixar fugir Rovanperä no topo do Mundial de Pilotos, sendo que a diferença entre os dois é agora de 33 pontos com vantagem para o finlandês, mas com apenas três ralis pela frente.

Ott Tanak foi o melhor representante dos M-Sport Ford, terminando em quarto depois de ter começado a prova com uma penalização devastadora de quase quatro minutos por se ter atrasado ao sair da zona de mudança de pneus na sexta-feira. Ainda assim, mantendo sempre um ritmo competitivo e tirando partido dos azares alheios, terminou na quarta posição, embora a mais de quatro minutos do vencedor. Esapekka Lappi (Hyundai) foi o quinto, à frente de Takamoto Katsuta (Toyota).

Enquanto isso, William Creighton já confirmou o título no FIA Junior WRC. Em WRC2, a vitória sorriu a Andreas Mikkelsen, que passou Gus Greensmith na penúltima especial.

A próxima prova disputa-se no Chile.

Classificação final do Rali da Acrópole
1 Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR YARIS Rally1 HYBRID) 3h00m16.7s
2 Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR YARIS Rally1 HYBRID) +1m31.7s
3 Dani Sordo/Cándido Carrera (Hyundai i20 N Rally1 HYBRID) +1m35.9s
4 Ott Tänak/Martin Järveoja (Ford Puma Rally1 HYBRID) +4m28.4s
5 Esapekka Lappi/Janne Ferm (Hyundai i20 N Rally1 HYBRID) +6m22.3s
6 Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR YARIS Rally1 HYBRID) +7m20.9s
7 Andreas Mikkelsen/Torstein Eriksen (Škoda Fabia RS Rally2) +9m41.0s
8 Gus Greensmith/Jonas Andersson (Škoda Fabia RS Rally2) +9m51.3s
9 Yohan Rossel/Arnaud Dunand (Citroën C3 Rally2) +11m07.0s
10 Sébastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR YARIS Rally1 HYBRID) +11m43.4s

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.