Autonomia: os equipamentos que “roubam” mais energia a uma bateria

30/04/2024

Quando se tem um automóvel elétrico, presta-se muita atenção à sua autonomia. Por isso, é importante conhecer os componentes que consomem mais energia para maximizar a capacidade da bateria.

 

A autonomia dos automóveis elétricos e o consumo de energia são temas incontornáveis. Mesmo com uma bateria de maior capacidade a garantir alcances superiores, a perspetiva de ficar sem energia tendo ainda quilómetros para percorrer é preocupante.

Por isso, para fazermos uma boa gestão da energia de que dispomos, é conveniente conhecermos os gastos energéticos da viatura.

Os franceses do L’Auto-Journal e os britânicos da Perrys analisaram quais os equipamentos que consomem mais energia num elétrico.

Do cruzamento de ambos os trabalhos, podemos concluir, sem surpresa, que os componentes mais consumidores num automóvel elétrico são: o motor, o ar condicionado e os sistemas eletrónicos relacionados com o desempenho.

O motor é, de longe, o grande absorvedor de energia. No entanto, embora a intervenção do condutor ao nível do motor possa aparentar ser nula, há algo que está ao seu alcance: a velocidade. Conduzir mais depressa consome mais energia, especialmente quando a velocidade ultrapassa os 80 km/h. A diferença de energia entre 100 km/h e 130 km/h pode ser de 20-30% ou mais, dependendo da aerodinâmica da viatura.

Outro elemento que tende a ser esquecido é o peso que se transporta, designadamente na bagageira. Quanto mais carga, maior será o consumo e maiores as perdas de energia.

Os pneus também contribuem para a eficiência energética mais do que se pensa. Ter pneus de baixa resistência ao rolamento cria uma diferença de até 80 km numa autonomia de 320 km. A rede de oficinas Euromaster fala de que é possível um automóvel 100% elétrico percorrer mais 30% de quilómetros com pneus de baixa resistência.

No caso do ar condicionado, o consumo num veículo elétrico pode agravar-se até 5 kW nalguns casos, quando o controle de temperatura é ativado. Com tempo muito frio ou muito quente, ao ligar o aquecimento ou o arrefecimento vai estar a gastar energia: o gasto energético com o aquecimento ligado pode rondar 17% e com o ar condicionado no máximo podemos ter um acréscimo de 11% de consumo.

O sistema de descongelamento traseiro ´d penalizador no consumo, representando quase 500 W a mais quando acionado, algo como 12%.

Os bancos aquecidos também consomem muita energia – para atingir a temperatura desejada, é necessário recorrer a um consumo de energia de 120 W.

Por último, preste atenção aos limpa para-brisas. Quando estão a funcionar à velocidade máxima, os limpa para-brisas podem consumir até 120 W.

Já o gasto com a iluminação exterior é ínfima, não sendo por aí que vai perder bateria. Um sistema de iluminação exterior completo consome normalmente apenas 48,8Wh, o que se converte em 0,0488kWh, o que não é suficiente para afetar a autonomia, sublinha os especialistas da Perrys.

O sistema de infotainment pode representar 2% no gasto e carregar o seu telemóvel por USB pode gerar um gasto de 2%.

Obviamente que desligar alguns destes elementos é um ato de irresponsabilidade e insegurança. É o caso do desembaciador. Num dia de chuva e frio, é importante que ligue esse dispositivo para que a visibilidade não fique prejudicada. Uma ideia é, para evitar acionar o sistema de desembaciamento, limpar o vidro previamente com uma solução anti embaciamento. Outra ideia é ter consigo uma esponja anti embaciamento que permite agir assim que a condensação se formar dentro do veículo.