Os monovolumes foram perdendo espaço para os SUV, que entretanto até já contam com versões de sete lugares, mas ainda são uma opção fundamental para quem procura espaço e funcionalidade para todas as necessidades. E, no caso deste Grand C4 SpaceTourer, espaço é algo que não falta…

Para os mais distraídos, a designação SpaceTourer assume o lugar do Picasso, passando a abranger as duas carroçarias daquele monovolume, seja o mais curto, seja o de maiores dimensões, que é o que pudemos ensaiar em versão de sete lugares com todos os lugares personalizáveis. Os bancos individuais podem ser levantados (o assento) ou deitados (o encosto), dando assim uma enorme versatilidade a um habitáculo que é amplo e repleto de pequenos detalhes que acrescentam valor: os tabuleiros rebatíveis situados nas costas dos dois bancos dianteiros com iluminação própria, os muitos espaços de arrumação ou a enorme bagageira que permite transportar tudo o que se deseja.

Nesta edição de colecionador Origins, a ideia é fazer a ponte com o centenário da marca gaulesa em 2019, sendo este um dos modelos com configuração especial e novos equipamentos que dão mais valor a uma proposta que se pretende familiar: a base é a versão de equipamento Feel, mas surge com apoio de braços à frente, encostos de cabeça relax nos bancos da frente, Pack Park Assist, Ambiente Bien-Être e regulação lombar elétrica dos bancos da frente com função massagem. A juntar a isso, decoração da carroçaria a dois tons – branco ‘ice’ na carroçaria e cinzento no tejadilho -, logótipos especiais ‘Origins’ e vidros escurecidos (laterais e traseiro).

Em configuração normal, os cinco lugares são ajustáveis longitudinalmente, conferindo dessa forma mais ou menor espaço para os passageiros consoante as necessidades, mas permitindo ainda que os dois bancos escamoteáveis sob o piso da bagageira possam ser utilizados até mesmo por adultos de média estatura sem que sejam ‘apertados’ pelos bancos da segunda fila. Embora não sejam os lugares mais confortáveis para viagens longas, dão na perfeição para trajetos curtos ou para as crianças, fáceis de montar ou de esconder. Caso não sejam precisos esses dois lugares, a bagageira oferece a sua capacidade de 645 litros (ou 704 litros com os bancos da segunda fila na posição avançada).

A posição de condução é elevada e permite visibilidade ideal em todas as direções, tanto mais que o pilar A é separado para permitir uma observação correta de veículos no ângulo morto. Os materiais são de boa qualidade e asseguram longevidade. O painel de instrumentos central tem 12″, oferecendo uma grande variedade de informações – velocidade, navegação e dados da viagem.

Familiar por excelência

Como já se percebeu por todas as configurações possíveis, o C4 é um familiar por excelência, algo que depois se confirma na sua condução, fazendo jus às tecnologias Citroën Advanced Comfot que propõem viagens tranquilas e… naturalmente confortáveis.

Nesse aspeto, o Grand C4 SpaceTourer dá cartas novamente, mostrando um perfil de condução bastante competente com amortecimento muito eficaz na passagem pelo mau piso e acerto de suspensão que consegue não só obter essa boa filtragem do asfalto ou empedrado, mas também conter eficazmente a inclinação da carroçaria quando em curva. Ainda assim, é preferível optar pelas toadas calmas de uma tarde de domingo, até pela sua própria vocação.

Com 4602 mm de comprimento, é a distância entre eixos de 2840 mm que permite ao Grand C4 SpaceTourer cumprir os seus propósitos familiares com seriedade.

Por outro lado, o Grand C4 SpaceTourer sobressai também pela eficiência da mecânica 1.5 BlueHDi de 130 CV e 300 Nm (às 1750 rpm), que não torna este monovolume de grandes dimensões num ‘sprinter’, mas que se adapta perfeitamente a todas as necessidades de condução, permitindo-lhe acelerar com decisão quando importa ganhar velocidade depressa. As recuperações pecam, de certa forma, por um escalonamento longo da caixa manual de seis velocidades, sobretudo nas duas últimas relações, mas nem por isso retira ânimo às prestações – exige apenas que se recorra à caixa quando se pretende recuperar velocidade com pressa para uma ultrapassagem, por exemplo.

O equilíbrio das prestações é condimentado com a economia de combustível, com a média do ensaio a ficar-se pelos 5,3 l/100 km, exatamente a mesma velocidade estabelecida em ciclo combinado WLTP.

Em termos de equipamento, o Grand C4 SpaceTourer está bem munido, com os elementos já referidos da versão Origins, mas também com itens como o sistema de infoentretenimento com reconhecimento vocal para controlar as funções de Navegação, Telefone e Media e serviços conectados, como o TomTom Traffic para informações de trânsito em tempo real. O preço desta versão especial de colecionador é de 35.048€, contendo regulação lombar elétrica dos bancos da frente com função massagem, Pack Park Assist e jantes de liga leve 17″ Zephyr diamantadas pretas. Como opção, destaque para o portão traseiro com abertura elétrica e ‘sem mãos’ (por 600€).

VEREDICTO

Há uma razão para a linhagem de monovolumes da Citroën, desde a gama Picasso, ter assegurado uma posição de destaque neste segmento, associando-se a tantas famílias no seu quotidiano – a facilidade de processos. O Grand C4 SpaceTourer é um ótimo familiar para longas viagens, mas também multifacetado, não esquecendo uma boa prestação no campo dinâmico e com uma motorização BlueHDi que faz do equilíbrio uma ‘arma’, sobretudo em termos de economia. A autonomia facilmente excede os mil quilómetros e a condução agrada.

A versão Origins atribui-lhe valor percebido e muito equipamento adicional, mesmo que não o transforme num clássico futuro. Mais do que celebrar o passado, afinal, esta é uma forma de celebrar o momento presente.

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