Poder-se-á dizer que o UX tem uma tarefa difícil, mas os argumentos que a Lexus emprega para destacar este seu novo SUV compacto são válidos e capazes de fazer a balança dos indecisos para o seu lado, desde que o visual arrojado seja bem digerido. A agressividade estética é tónica dominante nos automóveis da Lexus e o novo UX não é diferente. No entanto, é diferente, sim, de tudo o resto que há no segmento, preparando-se para se bater com o Mercedes-Benz GLA, Audi Q3, BMW X2 ou o Volvo XC40.
Presencialmente, é imponente. A grelha dianteira de grandes dimensões em conjugação com os faróis estilizados (estes com assinatura em LED em forma de ‘L’) oferece o primeiro impacto, que depois é reforçado pelas linhas e vincos laterais, esculpidos e preparados para aumentar a eficácia aerodinâmica com sentido ascendente (atente-se, por exemplo, nos protetores das cavas das rodas também com terminação ascendente). Na traseira, outro ponto de destaque: os farolins com 120 LED – ligados por uma fina tira de 3 mm – foram também trabalhados aerodinamicamente para redução do impacto dos ventos cruzados e aumento da estabilidade. Configuram um aspeto de lâmina para eficácia contra o vento.
No interior, a Lexus fez o seu trabalho com recurso à sabedoria dos artesãos ‘takumi’, cuidando sobretudo dos aspetos de silêncio a bordo, conforto e qualidade dos materiais e da construção, figurando de forma meritória no topo da sua classe. A tradição japonesa de bem receber – denominada ‘omotenashi’ – alia-se à nobreza de materiais, com inovadoras técnicas de produção. Ainda no âmbito de tradições nipónicas, é inspirado por um conceito de arquitetura tradicional denominado “engawa”, que dilui os limites entre o exterior e o interior de uma casa. No limite, quando visto de fora, o capot parece estar diretamente unido ao tablier através do para-brisas.
O revestimento dos bancos pode ser feito em tecido, em pele ou numa combinação de tecido e pele Tahara. As versões de série permitem escolher entre uma de cinco cores, incluindo Cobalt, Black, White Ash, Rich Cream e Ochre. Além dos bancos na cor preta, o F Sport está igualmente disponível nas cores exclusivas Vermelho e Branco.
Mesmo com uma posição dos assentos mais alta do que num automóvel dito “convencional”, a redução da distância entre a anca e o calcanhar faz com que o condutor do UX tenha a sensação de estar mais perto da estrada do que num SUV convencional, o que aliado ao baixo centro de gravidade proporcionado pela plataforma GA-C, uma estreia na Lexus, faz com que a condução tenha um foco centrado num controlo dinâmico mais eficaz. À frente do condutor, um ecrã TFT LCD de 7” cria digitalmente mostradores analógicos virtuais num espaço tridimensional.Como opção, pode contar com sistema head-up display com diversas informações a cerca de 2,5 metros no campo de visão, numa ilusão de ótica bem conseguida. Outro ponto de relevo é o ecrã EMV (Electro Multi Vision) de 7 polegadas, que surge de série no topo da consola central, mas que pode ser substituído por um maior, de 10,25 polegadas, com o sistema Lexus Navigation. O funcionamento do ’touchpad’ na consola central exige habituação e nem sempre é fácil de operar em movimento.
Estabilidade e agilidade
Os responsáveis da marca explicaram-nos que o objetivo foi dotar o UX de condução semelhante à de um ‘hatchback’ (compacto de cinco portas), mantendo a funcionalidade SUV da altura ao solo e da robustez. Na prática, apesar de macio e de bastante confortável, este novo UX consegue oferecer bom controlo direcional, beneficiando também de direção precisa e eficaz. A maior rigidez torsional (derivada de soluções como a soldadura a laser em parafuso ou pelos painéis e alumínio) e o centro de gravidade mais baixo têm impacto nesta apreciação.
A juntar a isso, a motorização híbrida de 2.0 litros com uma potência combinada de 184 CV (muito semelhante ao do novo Toyota Corolla, este com 180 CV) consegue acompanhar os intentos dinâmicos do condutor, mostrando boas respostas em aceleração e em recuperações, uma vez mais com a benesse de ter disponível o binário do motor elétrico em cada momento. A gestão do sistema híbrido por parte de uma unidade de controlo de potência mais compacta faz com que se privilegie o modo elétrico (EV Mode) quando possível, podendo circular por mais tempo e até velocidades mais altas (115 km/h) sem emissões.
Nos percursos escolhidos pela Lexus para ensaiar em primeira mão o novo UX 250h, repletos de montanha e curvas, mas com pouca cidade, onde terá uma mais-valia no modo modo elétrico, obtivemos uma média de 6,3 l/100 km sem que existisse particular cuidado com a poupança. E esse é um dos melhores elogios que se pode fazer ao híbrido da Lexus, já que uma condução mais regrada ditaria um consumo médio na casa dos cinco litros baixos.
UX 250h F Sport
A versão F Sport acrescenta retoques mais desportivos e um modo de condução distinto – Sport+ – que endurece a suspensão adaptativa e torna as respostas mais intensas, podendo beneficiar ainda de patilhas atrás do volante para passagens ‘virtuais’ de caixa de seis velocidades configuradas. Contudo, de pedal a fundo, o ruído do motor torna-se menos contido, derrubando aquele que é um dos bons predicados do UX – a insonorização. Por outro lado, as passagens de caixa por via sequencial trazem pouca emotividade…
Na prática, o UX 250h tem todos os condimentos para centrar as atenções de quem procura uma proposta Premium diferenciada no segmento SUV compacto, alicerçando-se ainda numa capacidade de eficiência que é ponto forte com baixos consumos em condução normal. Além disso, o visual é chamativo e o comportamento transmite sensações muito positivas, quer para quem procura boas respostas em curva, quer para quem dá primazia ao conforto de rolamento…
TÉCNICA AVANÇADA
O sistema híbrido do UX combina o novo motor a gasolina com dois motores elétricos através de um transeixo híbrido de nova geração que é mais compacto, mais leve e com menor fricção interna do que nos anteriores sistemas híbridos da Lexus. Além disso, a Unidade de Controlo de Potência (PCU) é mais potente ainda que 20% menor e 10% mais leve. O novo transeixo monta os motores geradores elétricos (MG1 e MG2) coaxialmente em vez de em linha. O conjunto resultante é menor e mais leve reduzindo as perdas por atrito em 25%. Além disso, o MG2 é agora um motor de rotações mais altas, proporcionando melhor desempenho e eficiência.
| Características | Lexus UX 250h FWD |
|---|---|
| Motor de combustão | Gasolina, 1987 cc, injeção direta e indireta |
| Potência | 152 CV às 6000 rpm |
| Binário | 190 Nm às 4400-5200 rpm |
| Transmissão | Tração dianteira, caixa e-CVT de relação única |
| Motor elétrico (MG1) | Síncrono de íman permanente |
| Potência do motor elétrico | 80 kW/109 CV |
| Binário do motor elétrico | 202 Nm |
| Potência combinada | 184 CV |
| Bateria | Hidretos metálicos de níquel (Ni-MH)/216V |
| Velocidade máxima | 177 km/h |
| Aceleração 0-100 km/h | 8,5 s |
| Consumo (WLTP) | A partir de 5,3 l/100 km |
| Emissões (WLTP) | A partir de 120 g/km |
| Peso | 1.540 kg |
| Suspensão (Fr/Tr) | McPherson/Independente multibraços |
| Mala | 320 litros |
| Pneus | 215/60 R17 |
| Preço | A partir de 42.500€ |
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