Mercedes-Benz A 200 d: Black Hole Sun

04/08/2019

De cor negra e com uma linha amarela a percorrer a carroçaria (e as jantes), o A 200 d Edition 1 prova que os motores Diesel ainda não caíram no buraco negro

Negro como o futuro dos motores Diesel, preconizado por muitos fabricantes e políticos, a versão Editon 1, do Mercedes-Benz Classe A 200 d, parece apostada em contrariar, com argumentos interiores, a sua cor exterior – onde não falta uma linha amarela, como um raio de sol, a contornar a linha baixa da carroçaria e a combinar com as jantes especiais da edição.
O conteúdo – leia-se, o motor Diesel de 2,0 litros e 150 cv – convence. Conquista o seu espaço por mérito próprio. Ou a sua proveniência não seja dos “adultos” da família, mais concretamente os modelos “C” e “E” e não da parceria entre a Mercedes-Benz e a Renault. No caso do A 200 d, o bloco encontra-se associado a uma transmissão automática de dupla embraiagem e oito velocidades (8G-DCT) e não de nove relações, como acontece nas gamas superiores da marca.

A vantagem do A em relação aos demais? O peso inferior será sempre sinónimo de energia e de elasticidade no asfalto. Veja-se os 0-100 km/h cumpridos em 8,1 segundos e os 220 km/h que alcança de velocidade máxima. Os consumos anunciados pela marca são de 4,0 L/100 km, em regime combinado. Valores que poderão facilmente descarrilar, caso o entusiasmo com a condução ultrapasse o bom senso.

Notas altas

De resposta sempre pronta na ponta da língua, o Mercedes-Benz A 200 d é particularmente vivaço em regimes superiores de circulação. O binário máximo de 320 Nm está disponível entre as 1400 e as 3.200 rpm. Se o A 200 d fosse uma música, seria, porventura, a que dá pelo nome de Black Hole Sun, dos Soundgarden. Poderoso, sempre, e algo ruidoso, também, quando levado a extremos, é, no entanto, nas notas altas que este modelo mais marca a sua diferença em relação aos demais. Um pouco à imagem do saudoso Chris Cornell.
O preço não é necessariamente uma nota alta. A Editon 1 do A 200 d está à venda por 48.154 euros. Mas não lhe falta nada de relevante. O habitáculo é refinado. Dispõe de detalhes alusivos a esta versão, caso dos estofos em pele, e de todos os mimos tecnológicos imagináveis. Ao todo são 7.154 euros de extras. Por outros números, com este mesmo motor, seria possível comprar um A por (quase) menos 10.000 euros. Ou mesmo um 220 d por (quase) menos 5.000 euros. Mas isso são outras contas. E esta edição especial bem faz por merecer todas as notas que reclama para a sua aquisição.

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