Este é o Mitsubishi Outlander PHEV, e se num primeiro impacto pode parecer o mesmo automóvel que conhecemos há já alguns anos, saiba que não. Foi alvo de um profundo restyling que lhe deu novos atributos e que o torna numa das propostas híbridas Plug-In mais inteligentes do mercado.

Recentemente renovado, este SUV de dimensões generosas da Mitsubishi passa a ser também o topo de gama da marca japonesa e destaca-se pela sua imagem impactante.

As dimensões são generosas, com o destaque a ir para a secção dianteira revista, muito elaborada e com um desenho tipicamente nipónico, onde se inclui a nova grelha cromada, assim como os seus novos faróis rasgados com tecnologia LED, numa evolução daquilo a que a marca chama de Dynamic Shield.

A altura não é muito elevada na frente, o que significa que continua a ser Classe 1 no nosso desajustado sistema de classificação nas portagens, caso usemos o sistema de pagamento automático Via Verde. A lateral é composta por linhas retas, assim como alguns frisos cromados que lhe conferem uma imagem mais cuidada e, face à versão Diesel, destaca-se por possuir “bocais de combustível” de ambos os lados, assim como a sigla EV que marca esta versão mais limpa do SUV Japonês. Aqui, destaque ainda para as jantes de 18’’.

A secção posterior também não contou com muitas alterações, apenas de pormenor, como é o caso do mais arrojado spoiler dianteiro e o para-choques, que passa a contar com uma imagem mais robusta.

A Mitsubishi adianta que o Outlander PHEV carrega a bateria em cinco horas e meia numa tomada doméstica de 230V e 10A e em cerca de 25 minutos numa tomada rápida (50 kW) para obter 80% da carga.

Este não é um automóvel que vá partir corações, mas também não desilude no campo estético, sendo uma proposta sóbria. Vamos descobrir o interior, antes de partir para as maiores diferenças deste Outlander PHEV.

Sim, é no interior que podemos notar mais a idade deste Mitsubishi, mas é uma sensação que facilmente podemos amenizar se tivermos em conta o extenso leque de equipamento que esta proposta nos oferece neste nível mais equipado, o Instyle. O tablier é simples, orientado para o condutor, não conta com muitas superfícies macias, optando antes por uma montagem sem mácula, onde resultam bem as inserções a imitar carbono.

As diferenças passam por novos bancos dianteiros de maneira a dar um melhor apoio ao condutor e passageiro, assim como um claro aumento de equipamento, seja no campo da segurança ativa, como é o caso do sistema de alerta à colisão dianteira, cruise-control adaptativo, comutação automática de máximos, ou alerta de veículo no ângulo morto. No campo da tecnologia, ainda que o sistema multimédia não seja dos mais intuitivos de usar, mostra-se completo, apesar de não contar com navegação, com os mais recentes sistemas de MirrorScreen como é o caso do Apple CarPlay.

Ainda aqui, na consola dianteira, temos apenas a apontar que os comandos poderiam estar mais bem organizados. Por exemplo: o botão para alterar entre os diversos ecrãs do computador de bordo não está no volante, mas sim à esquerda dele. Isso não seria nada de mais, mas não compreendemos como está no volante um comando para ativar a câmara panorâmica. Escolhas…

O espaço interior está em bom nível, conseguindo transportar três adultos no banco traseiro, fator auxiliado por não existir túnel central. Nesta versão PHEV, a bagageira sofre uma diminuição da volumetria, contudo apresenta uns satisfatórios 498 litros de capacidade, que têm um bom acesso através de uma porta de bagageira elétrica.

Mas se até aqui o Mitsubishi Oulander PHEV não assume as “luzes da ribalta”, é na vertente mecânica que consegue vingar.

Numa nota suplementar, a tomada CHAdeMO de série permite ao Outlander PHEV funcionar como um gerador capaz de fornecer energia a um lar. De acordo com a Mitsubishi, com o depósito de combustível cheio, o Outlander PHEV consegue alimentar uma casa durante dez dias seguidos.

Primeiro, o motor. A Mitsubishi fez algo “anormal”, comparando com uma grande parte da indústria, trocando o motor atmosférico 2.0 por um 2.4, que promete ser mais suave e oferecer uma maior potência e binário (135 CV e 211 Nm). E isso permite um melhor funcionamento com os outros dois motores que este modelo tem, um em cada eixo, com o traseiro a contar com um incremento de potência (de 82 para 95 CV). E sim, adivinhou, estes dois motores permitem-lhe ser um automóvel AWD, elemento que também pode garantir uns clientes extra.

Para ajudar, o gerador tem agora mais 10% de capacidade, com as baterias a contarem com 13.8kWh. A potência combinada é de 230 CV, num automóvel que acusa 1880 kg na balança.

Existiu ainda uma preocupação da Mitsubishi em melhorar o comportamento, e para isso aumentaram a rigidez estrutural ao usar novos adesivos estruturais e uma nova afinação no que toca à suspensão, com os amortecedores a serem agora mais eficazes quando circulamos em mau piso. A verdade é que este Outlander se revela verdadeiramente agradável de viajar, exibindo uma boa dose de conforto.

Quanto ao motor, contamos com dois modos de condução (Normal e ECO) e ainda mais dois modos de gestão da bateria: Save, para quando queremos um uso mais “híbrido” e menos elétrico (guarda a carga existente na bateria para uso posterior), e o Charge, que nos permite carregar a bateria usando o motor 2.4L como gerador. Depois, ainda existe o comutador de 4WD que permite escolher entre os modos Snow, Lock ou Normal.

E como se isso tudo não fosse suficiente, o novo modo Sport permite explorar o máximo das capacidades do Outlander PHEV, mas cá para nós, não é a sua praia…

A autonomia elétrica é de 52 km, um pouco otimista, visto que depende muito da força que o pé direito exerce no pedal. Contudo, conseguimos fazer 40 km neste modo, e com uma boa gestão dos modos, consegue-se ser realmente eficaz. Num consumo com bateria carregada nos primeiros 100 km, conseguimos fazer menos de 3 l/100km, passando depois para um consumo em híbrido que consegue ficar abaixo dos 7 l/100km, bom para um automóvel deste tamanho e peso. Isto prova que para quem andar muito, mas em percursos pequenos, consegue mesmo esquecer-se da cara da senhora da bomba de gasolina. Ainda para mais com a Mitsubishi a oferecer, até ao final do ano, o HomeCharger que permite cargas mais rápidas.

Para finalizar, o preço. O Outlander está disponível desde os 34.990€, ou 41.850€ para esta apetecível versão Instyle super-equipada. É certo que inclui o desconto de 11.150€ feito pela marca, mas que não parece ter data para terminar. Se for cliente empresarial, saiba ainda que pode deduzir todo o IVA.

Eis um automóvel que pode não impressionar à primeira vista, mas vence-nos pelo seu conteúdo…

Texto e fotos: Rodrigo Hernandez

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