Evocando a sua ligação aos desportos motorizados, a Skoda tem na edição especial Monte Carlo do Scala uma mais-valia em termos de visual e de equipamento, dando-lhe uma agressividade reforçada sem lhe mexer nos pontos fundamentais da versatilidade familiar e na economia proporcionada pelo motor 1.0 TDI de 110 CV.

A marca checa procura manter o apelo dos seus automóveis já com alguns anos e o Scala Monte Carlo é disso um bom exemplo, tratando-se de um modelo lançado em 2019, mas que beneficia agora de mais equipamento de ênfase desportiva. Produzido com base na plataforma MQB A0 do Grupo Volkswagen, o Scala assume-se como uma proposta bem posicionada dentro do segmento C, destacando-se pelo interior espaçoso nos lugares traseiros (um hábito da Skoda) e pela capacidade da bagageira surpreendente para a sua dimensão – com 467 litros, é enorme para os seus 4362 mm.

Mas a edição Monte Carlo vive, sobretudo, de detalhes desportivos, como é o caso das jantes de liga leve ‘Volans’ de 17 polegadas com pintura em preto e dos bancos dianteiros desportivos com excelente apoio do corpo dos seus ocupantes. Combinando as cores preto e vermelho, destacam-se pelos apoios laterais e pelo encosto de cabeça integrado para maior conforto durante a condução. Adicionalmente, o Scala Monte Carlo oferece ainda equipamentos como os pedais em alumínio, o volante em pele específico com a inscrição ‘Monte Carlo’ (também presente noutros locais), os vidros traseiros escurecidos ou os oito altifalantes do sistema de áudio.

Entre os opcionais que lhe dão maior destaque, importa salientar a pintura metalizada vermelha ‘Velvet’ por 785€ ou o Cockpit Virtual por 525€ que pode ser personalizável de acordo com as preferências do condutor a cada momento. A tecnologia LED é de série para a iluminação, dando-lhe assim outra segurança durante as viagens à noite.

O habitáculo é bem construído e reforça a sensação de qualidade através dos materiais macios na parte superior, que lhe emprestam uma aparência muito cuidada, juntando-se os equipamentos especiais da versão, como os bancos já referidos. Com 2649 mm de distância entre eixos, há imenso espaço nos lugares traseiros, pelo menos em altura e no comprimento disponível para as pernas, embora a largura não seja tão boa. O ecrã tátil de 9.2″ ao centro do tablier tem ótima visibilidade e funcionamento rápido nos comandos, permitindo também conectividade melhorada, por exemplo, no ligação ao Apple CarPlay e Android Auto sem fios.

Condução é ponto positivo

Munido com o opcional Sport Chassis Control (529€), que rebaixa a altura ao solo em 15 mm e acrescenta os modos de condução selecionáveis (‘Eco’, ‘Normal’, ‘Sport’ e ‘Individual’), o Scala Monte Carlo permite adotar uma condução empenhada e divertida, que coloca em evidência as competências desta plataforma. A par da direção bem calibrada, o amortecimento mais firme dota o Scala de um maior controlo da carroçaria, enquanto as suspensões fazem um bom trabalho na ligação ao solo para manter o veículo estável em curva, sem que o conforto seja preterido. Aliás, o compromisso está bem conseguido, não havendo uma deterioração evidente do rolamento em mau piso, o que é um ponto de honra.

Também muito convincente é o desempenho do motor 1.0 TSI de três cilindros capaz de debitar 110 CV e 200 Nm (às 2000 rpm), que começa por disfarçar bastante bem a sua arquitetura compacta. Depois, o desafogo no andamento e o empenho na subida de regimes torna esta mecânica muito cumpridora, com uma pequena chama desportiva que acaba por ser elogiosa atendendo aos seus 110 CV de potência. Muito do seu desempenho ajustado também passa pelo escalonamento da caixa manual de seis velocidades, com rácio mais curto e facilidade de manuseamento que torna a condução mais linear. Mesmo as retomas são bem conseguidas e permitem ao condutor não ter de recorrer com demasiada frequência à caixa manual para repor o ritmo desejado.
Apenas a resposta durante a (curtíssima) primeira velocidade exige alguma suavidade a fazer o ponto de embraiagem, não se conseguindo evitar, de quando em vez, algum solavanco.

Os modos de condução permitem alternar alguns parâmetros do Scala, atuando sobre a resposta do motor e o peso da direção, mas não nos pareceu que existissem mudanças fundamentais entre o modo ‘Eco’, por exemplo, e o ‘Normal’. O consumo médio obtido nos primeiros 100 quilómetros do ensaio foi de 5,7 l/100 km, o que está perfeitamente intervalado no valor homologado pela Skoda para esta versão, acabando assim por ser bastante eficiente. Naturalmente, abusando do acelerador em percursos sinuosos, o consumo tende a alcançar valores próximos dos sete litros.

Com um preço base de 27.675€, o Scala Monte Carlo assume assim a sua maior exclusividade em linha com o nível de equipamento mais recheado, com a versão ensaiada a roçar já na fasquia dos 30 mil euros (29.515€) graças aos opcionais.

VEREDICTO

Sendo uma proposta que coloca alguns pós de emoção numa receita guiada pela racionalidade, o Scala Monte Carlo consegue apelar de forma muito convincente a quem procura um automóvel espaçoso e maioritariamente familiar, mas também apto para uma faceta de condução mais dinâmica, sem no entanto se tornar num suplício em termos de conforto e de versatilidade.

Com efeito, este Scala é um exemplo de fazer tudo de forma muito aprumada e em qualidade, desde a estabilidade em curva ao conforto em mau piso e em cidade, passando ainda pelas respostas seguras e convincentes, graças ao motor testado e comprovado TSI de três cilindros a gasolina.

O equipamento suplementar desta versão torna a aparência mais desportiva e dá-lhe outro destaque na rua, o que ajuda também a explicar um pouco do preço que, não sendo acessível, está bem justificado.


MAIS
Dinâmica muito competente
Motor ‘certinho’ e ajustado
Componente tecnológica
Espaço atrás
Bagageira ampla
Imagem desportiva

MENOS
Consumo tende a subir em utilização menos regrada
Preço de alguns opcionais

Ficha Técnica
Skoda Scala 1.0 TSI Monte Carlo
Motor: Gasolina, 999 cc, 3 cilindros em linha, injeção direta, turbo, intercooler
Potência: 110 CV às 5500 rpm
Binário: 200 Nm entre as 2000 e as 3000 rpm
Transmissão Tração dianteira, caixa manual de 6 vel.
Aceleração 0-100 km/h 10,1 s
Velocidade máxima 199 km/h
Consumo de combustível (WLTP) 5,4 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP) 123 g/km
Dimensões (C/L/A): 4362/1793/1471 mm
Distância entre eixos: 2649 mm
Pneus 205/50 R17
Peso 1223 kg
Bagageira 467-1401 litros
Preço 27.675€ (ensaiado: 29.515€)
Gama desde 23.041€

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AVALIAÇÃO
Qualidade geral
8.5
Prestações
8
Espaço
9
Segurança
8.5
Condução
8.5
Consumos
8
Preço/equipamento
8.5