No ano em que o Ibiza comemora 40 anos, a SEAT deu-nos a possibilidade de conduzir todas as gerações, desde a primeira à derradeira. O primeiro modelo, precisamente de 1984, encontrou um nativo desse mesmo ano para chegarmos à conclusão que quatro décadas passaram muito depressa, mas que ainda há muito para ‘andar’.

Talvez não seja do conhecimento comum, mas o Ibiza teve um significado fundamental para o processo de emancipação e estabelecimento da SEAT a nível internacional. Inicialmente votada ao mercado interno, ou seja, o espanhol com versões adaptadas de automóveis da Fiat. Foi com o Ibiza que a marca catalã deu os primeiros passos para a sua expansão a outros mercados da Europa, com mais de seis milhões de unidades vendidas desde então, por entre cinco gerações.

Na atualidade, muitos rumores rodeiam a SEAT, mas a marca continua a ter bastante força, sendo o Ibiza uma das ‘figuras’ mais importantes para manter esse mesmo caminho, a que se junta ainda o Arona, por exemplo. O ano de 2024 é, portanto, de celebração para o utilitário compacto, num aniversário que dará lugar, ainda, a uma versão especial do atual modelo a chegar no segundo trimestre.

Para marcar a data, a SEAT permitiu-nos entrar no Museu, em Martorell, mas também conduzir algumas das suas peças mais icónicas, como o Ibiza de primeira geração que guardam de forma quase perfeita na sua coleção. Em boa verdade, não se deve falar de ‘museu’ em relação à SEAT, mas sim a uma coleção de automóveis, entre modelos de produção, modelos de competição e protótipos que cumpriram os seus propósitos para um determinado evento ou salão automóvel. Porém, não está aberto ao público e apenas em ocasiões especiais é permitido o acesso de ‘forasteiros’.

Regresso ao passado

Para este ‘festim’ de Ibiza, a marca preparou algumas unidades para que os jornalistas pudessem sentir as emoções do passado e como evoluiu este modelo ao longo das próprias vontades de cada época. Às primeiras acelerações, não há como evitar um cheiro a gasolina a pairar no ar. São 10 horas da manhã e está frio, pelo que estas mecânicas, algumas mais antigas, não escondem o seu despertar.

Entre os modelos à nossa escolha estavam duas unidades da primeira geração (Mk 1), em ambos os casos versões GLX com motor 1.5 a gasolina e desenvolvimento levado a cabo pela Porsche. Mecânicas simples em modelos também espartanos em termos de interior, mas com a prontidão de reações incentivada por um baixo peso que não deixa de ser de saudar em contraponto com os ‘pesadões’ dos tempos que correm. Apesar dos seus 40 anos, há algumas ideias que permanecem válidas, como a do conforto ou a da construção cuidada já para a sua época.

Em particular destaque está o facto de uma das unidades propostas a teste pela zona de Montjuich, em Barcelona, ser a unidade número um, a qual foi reservada pela SEAT para figurar na sua coleção. Um exemplar como nenhum outro, portanto.

A segunda geração (Mk 2) ‘fala’ já com algum sotaque alemão, na medida em que foi um modelo desenvolvido pós-aquisição da SEAT pelo Grupo Volkswagen, uma operação que permitiu à marca respirar com um fôlego pujante. Com acesso a um manancial de recursos agora muito maior, o Ibiza de segunda geração tratava-se de modelo com design mais jovem, muito em contraciclo com o que se fazia no segmento daquela época. A versão que a SEAT colocou à nossa disposição era a GTi, sigla que acarreta consigo muito ‘sorrisos’, sobretudo por se valer de bloco 1.8 16 V de 130 CV, que viria a complementar uma outra variante com motor de 2.0 litros.

Um modelo que mantém, sobretudo, a ideia de agilidade e conforto de condução, aliando-se um motor bastante responsivo e capaz de oferecer prestações muito dinâmicas, pecando apenas por um manuseamento da caixa em que as terceira e quinta velocidades obrigam a esticar o braço para engrená-las.

A evolução prossegue nas gerações seguintes, sendo que a terceira, quarta e a quinta, a atual, já clamam por um ambiente muito mais atual. Começam a aparecer em maior número as mordomias, como os ecrãs no habitáculo, tomadas USB e comandos eletrónicos para a climatização, mas o espírito perdura para aquele que foi e continua a ser um ícone da mobilidade.

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