Toyota quer trazer de volta a emotividade e o prazer de condução

02/04/2018

Com uma reputação bem firme de automóveis fiáveis e sólidos, a que acresce também uma aura ecológica desenvolvida ao longo dos últimos 20 anos com a evolução da tecnologia híbrida, a Toyota entende que este é o momento de recuperar também a visão mais emotiva para a marca, procurando oferecer modelos mais emocionantes e divertidos de conduzir.

Essa é uma ambição que Johan van Zyl, Presidente e CEO da Toyota Motor Europe, reconhece como uma das diretrizes que movimentam a marca nipónica na atualidade, procurando incutir mais dinamismo e emoção nos novos carros com o emblema da Toyota, como são os casos recentes do GT86, C-HR e que nos futuros Supra, Auris e RAV4 será ainda mais evidente.

“Sim, essa é a nossa decisão. O rumo da companhia foi muito claro de que deveríamos ser reconhecidos não só pela fiabilidade e durabilidade, mas também pela emotividade e pela diversão de condução”, referiu van Zyl numa entrevista recente ao Motor24 (que em breve poderá ler na íntegra), enaltecendo que uma das condições necessárias para a mudança de imagem foi a chegada da nova plataforma Toyota New Global Architecture (TNGA).

“Para mudar a perceção e para termos o estilo certo, tivemos de mudar a plataforma, para assim baixar o centro de gravidade e aumentar a largura o que só foi possível com a mudança de plataforma. A nossa oportunidade veio com o lançamento da plataforma TNGA de forma a mudar o estilo dos carros. Porque não podíamos dizer que era um carro muito divertido de conduzir se depois não se assemelhava a tal. O produto deve suportar a proposta”, explica o responsável máximo pelos destinos da Toyota no Velho Continente, que não se coíbe mesmo de fazer uma brincadeira para mostrar o seu ponto de vista.

“Era como eu dizer que sou um atleta de alta competição e as pessoas podiam ver logo que não, porque tenho peso a mais. Mas é verdade, o produto tem de suportar a proposta”, refere, entre risos.

Auris dá o passo seguinte

Com o Toyota C-HR, a marca nipónica surpreendeu toda a indústria automóvel, uma vez que o SUV médio diferia de tudo o resto na gama: linhas angulares, visual coupé, arestas a toda a volta. Não muito longe do concept com o mesmo nome e uma abordagem completamente diferente daquela que a Toyota vinha adotando no seu passado recente.

Daí que van Zyl não tenha dúvidas em afirmar que o “C-HR foi o nosso primeiro indicador de mudança de direção no estilo, mas não só no exterior, também no interior e na dinâmica de condução”, mas aponta para o novo Auris, apresentado no Salão de Genebra, como “o próximo passo em frente”.

O responsável da Toyota recorda, ainda, que o regresso da Toyota ao desporto automóvel ao mais alto nível tem também um papel importante na mudança de perceção por parte dos clientes da marca, sobretudo atendendo a que a companhia está em força em duas das principais competições motorizadas, o Mundial de Endurance (WEC) e o Mundial de Ralis (WRC), participando na primeira com um protótipo híbrido.

“Isto tudo é suportado pela entrada no desporto automóvel. Há 17 anos estávamos muito satisfeitos com o Mundial de Ralis e a Toyota estava a ter uma prestação muito boa que se adequava à nossa marca, pelo que agora estamos de volta [ao WRC]. Queremos trazer de volta essa excitação e trazer mais fãs para a marca e isso inclui o Supra que mostrámos em Genebra”, explicou.

E a emotividade também poderá vir a reboque da tecnologia híbrida, com Johan van Zyl a explicar que a nova variante híbrida com motor de 2.0 litros que o Auris vai estrear é o primeiro passo para tal: “o híbrido não é apenas um carro aborrecido. Não queremos vê-lo assim. Queremos vê-lo como um carro amigo do ambiente com boa performance e muito eficiente em termos de consumo de combustível, por causa dos custos de operação que são muito importantes para as pessoas e, claro, diversão e prazer de condução”.

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