A Alpine, marca desportiva do Grupo Renault, está empenhada numa estratégia firme de expansão internacional com a promessa de uma gama composta por sete automóveis até 2030. Apesar do investimento bastante extenso, o objetivo da Alpine é atingir o ‘break-even’ em 2026 e chegar aos oito mil milhões de euros de lucro em 2030.

Ao abrigo do plano ‘Renaulution’, delineado no ano passado pelo CEO do Grupo Renault, Luca de Meo, a Alpine tem por missão tornar-se numa marca proeminente no segmento dos desportivos, com uma gama abrangente com ofertas entre os modelos mais acessíveis e de âmbito premium. No cerne deste plano está uma política de expansão muito forte para novos mercados, com o norte-americano em grande destaque, mas também com novos modelos talhados para abordar essa mesma expansão.

O plano, que será detalhado hoje, em Enstone, sede da equipa de Fórmula 1, terá em conta a necessária eletrificação, com o primeiro modelo 100% elétrico previsto para 2024 (a versão de produção do A290_β), com adições suplementares a partir daí. A Alpine pretende incrementar os seus lucros com esta transição e tem por objetivo chegar ao ‘break-even’ financeiro em 2026, quando atingir os dois mil milhões de euros de lucro.

Porém, para 2030, a Alpine espera atingir um valor superior aos oito mil milhões em lucro, incluindo aqui o valor esperado do lançamento na China, algo que deverá acontecer nos próximos anos. A marca francesa conta atualmente com cerca de 140 pontos de venda em todo o mundo e tem um tempo de espera dos seus automóveis em redor dos sete meses. Para este ano, a Alpine espera superar as 4200 unidades vendidas.

Novos modelos para sustentar o crescimento

Empenhada na competição, área em que pretende até reforçar o seu envolvimento, a Alpine irá fazer uma transição gradual para a mobilidade elétrica, o que representa um desafio para uma marca como a Alpine, no âmbito dos desportivos, que se pretendem leves, ágeis e rápidos. Mas, a ambição da marca é contar com uma gama de sete modelos em 2030, naquela que é a denominada ‘Dream Garage’, composta integralmente por automóveis elétricos.

O investimento da amrca será elevado, já que a Alpine irá ter direito à sua própria plataforma, embora com grande integração de componentes do Grupo Renault numa lógica de sinergia de custos. A APP (Alpine Performance Platform) será criada para acelerar o processo de produção de modelos desportivos de baixo peso, sendo esta a base para o futuro A110 elétrico (a lançar em 2026), assumindo-se como uma plataforma modular e adaptável às necessidades do construtor. Além do sucessor do A110, será também a base para uma versão Roadster e para um desportivo coupé de quatro lugares, o novo A310.

Mas o avanço na eletrificação irá começar com o A290, um elétrico compacto de segmento B baseado na plataforma CMFB-EV dos Renault 5 e Renault 4, esperando-se ainda o lançamento em 2025 de um Crossover GT de segmento C, a produzir em França. Posteriormente, para complementar a tal gama de sete automóveis, a Alpine espera ainda ter dois novos automóveis desportivos de segmentos D e E no topo da sua gama.

Embora focada na eletrificação, a Alpine também olha para outras tecnologias, estando a desenvolver soluções como um motor de combustão interna alimentado a hidrogénio, algo que a companhia já apresentou recentemente num dos seus protótipos e que parece estar agora a seguir alguns passos rumo a uma eventual série de produção. Na vertente do dinamismo, a marca desenvolve também um modulo eletrónico de controlo dinâmico, o Alpine Dynamic Module (ADM), que irá melhorar a agilidade e a performance na condução.

“Esta gama extensa de desportivos vai cimentar a nossa quota de mercado global em mercados chave como a Europa e o Japão. Vai acelerar o nosso crescimento internacional, particularmente nos Estados Unidos da América e na Ásia, onde os nossos novos modelos estarão à venda a partir de 2027”, afirmou Laurent Rossi, CEO da Alpine. “O nosso objetivo é expandirmo-nos de um segmento de nicho para uma marca totalmente global. Ao combinarmos uma gama maior com a expansão internacional, ambicionamos uma margem operacional acima dos 10% em 2030, assim colocando o nosso modelo de negócios numa posição sólida”, complementou.

Adicionalmente, além dos seus automóveis sem emissões a partir de 2026, a Alpine espera também atingir a neutralidade carbónica na produção em 2030.

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